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Hóquei de robôs: uma brincadeira que desenvolve tecnologias

Brasília

Fabíola Sinimbú Repórter da Agência Brasil

Estudantes de todo o Brasil e seus robôs participam da disputa de hóquei que acontece até amanhã (17), durante a Campus Party Brasília, no Centro de Convenções Ulysses Guimães. Ao todo, oito equipes disputam o melhor desempenho em robótica, controle das máquinas e trabalho em equipe.

Os robôs têm diferentes formatos, cores e tecnologias, mas em comum o fato de terem sido desenvolvidos por estudantes universitários que se interessam por tecnologia. Segundo um dos organizadores da disputa, o engenheiro de controle e automação Igor Duran, o objetivo dos jogos é atrair estudantes para essa área do conhecimento.

“A robótica pode ser algo chato dependendo do que você for fazer. Porque você tem de estudar muito é uma área técnica, é difícil e usa muito o intelecto. Se você puder pegar a parte do livro e colocar na prática, fica muito mais agradável”.

Pela regra, apenas peso e dimensões são limitados, mas algumas funcionalidades são necessárias para que a máquina possa executar as tarefas e alcançar a vitória. O jogo parece muito com o hóquei sobre patins, com a diferença de que o jogadores são pequenos veículos elétricos capazes de empurrar ou arremessar um disco com velocidade e força suficientes para driblar os adversários e, finalmente, fazer um gol.

O jogo começa com três robôs de cada time no seu lado do ringue e ganha quem fizer a maior quantidades de gols na trave do adversário.

Quem assiste não imagina o quanto essa brincadeira envolve conhecimento e tecnologia. Segundo um integrante da equipe Uairrior da Universidade Federal de Tajubá, Guilherme Estreano, toda a tecnologia usada nas disputas é desenvolvida pela equipa para diminuir custos e principalmente auxiliar no aprendizado.

“Dentro da equipe são três áreas. Tem a eletrônica, a gestão e a mecânica. Cada área tem por si só seus próprios métodos de desenvolvimento. Então, por exemplo, a gestão tem que correr atrás de patrocínio e do marketing. A parte de mecânica é responsável por pesquisar material e desenvolver projetos mecânicos diferentes. A eletrônica, fica principalmente com a programação e desenvolvimento de eletrônica”, diz.

Durante o processo de aprendizado, surgem inovações que revolucionam o mercado tecnológico e vão além das salas de aulas. Segundo o integrante da equipe Tróia, Mateus Santos, estudante de engenharia de automação da Universidade Federal de Lavras, essas inovações ganham um mercado que anseia por novidades.

“A gente usa os nossos robôs como testes para tecnologias que serão desenvolvidas para aplicar na indústria, para aplicar para a sociedade, em automação residencial, em automação industrial. Na verdade a gente está usando o combate de robôs, o hóquei de robôs como teste para essas tecnologias”.

A partida dura apenas cinco minutos, mas é tempo suficiente para atrair um público enorme de crianças curiosas pela brincadeira. E junto com a curiosidade pode nascer uma vontade de aprender mais sobre todos os assuntos que o hóquei entre robôs pode envolver.

“Querendo, ou não, programação está em todo o lugar. Automação está muito forte. Então, se a criança desde cedo começa a mexer com lógica, com programação, o raciocínio dela fica bem mais rápido, fica bem mais dinâmico. Então, ela não vai ter problemas em tentar resolver questões que sejam da vida real, porque ela vai ter uma lógica bem melhor”, explica Guilherme.

Para o engenheiro Igor, além de todo o conhecimento trazido pela brincadeira, participantes e torcida ainda têm uma oportunidade grande de aprender como um trabalho em equipe pode favorecer resultados positivos em qualquer projeto. “São três robôs contra três robôs. Você trabalha com equipe e isso favorece o aprendizado”.