San Francisco (EUA)
“Hoje estamos enviando uma mensagem clara ao mundo de que os estados, cidades e empresas dos EUA estão avançando com os compromissos do nosso país no âmbito do Acordo de Paris, com ou sem Washington,” disse Brown, que anunciou na semana passada que o seu estado, na costa oeste americana, convocaria os líderes climáticos mundiais para uma Cúpula Global de Ação Climática a ser realizada em San Francisco, em 2018.
O governador da Califórnia foi recentemente nomeado assessor especial para Estados e Regiões antes da 23ª Conferência das Partes das Nações Unidas (COP23). Já Michael Bloomberg foi nominado enviado especial geral da ONU para Cidades e Mudanças Climáticas.
“Nos EUA, os níveis de emissão são determinados muito mais pelas cidades, estados e empresas do que pelo governo federal, e cada um desses grupos está agindo porque é do seu melhor interesse. Reduzir as emissões é bom para a economia e para a saúde pública. O governo americano pode ter se retirado do Acordo de Paris, mas a sociedade americana continua comprometida com ele, e vamos redobrar nossos esforços para alcançar os objetivos,” observou Bloomberg.
Assinado até agora por mais de 190 países membros da ONU, o Acordo de Paris apela a todas as nações para que respondam à ameaça das mudanças climáticas, limitando o aumento de temperatura global neste século para menos de 2 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais e prosseguir com os esforços para limitar o aumento da temperatura em até 1,5 graus.
Retirada americana
O presidente Donald Trump, anunciou no início de junho sua decisão de retirar os EUA do Acordo de Paris. Desde então, vários estados, cidades, empresas e universidades americanas reafirmaram o seu apoio ao acordo, incluindo a declaração We Are Still In (Ainda Estamos Dentro) e a coalizão Climate Mayors (Prefeitos Climáticos) de várias cidades e o grupo Aliança do Clima dos EUA.
Brown e Bloomberg disseram que trabalhariam para demonstrar que a ação subnacional pode reduzir significativamente as emissões de gases de efeito estufa dos EUA, em um momento de liderança federal limitada. Os dois encomendaram aos órgãos de pesquisa Rocky Mountain Institute e World Resources Institute que liderassem um esforço analítico de apoio à iniciativa e planejassem compilar e mostrar os compromissos climáticos existentes dos atores subnacionais e não estatais dos EUA na COP23, prevista para ser realizada em novembro próximo em Bonn, na Alemanha.
A America’s Pledge também buscará quantificar o impacto agregado desses compromissos sobre as futuras emissões projetadas pelo atual governo dos EUA e da contribuição determinada pela administração do ex-presidente Barack Obama, em 2015, durante o período de vigência do Acordo de Paris, que exigiu uma redução da emissão de gases de 26 a 28% de 2005 até 2025.