- 21/08/2017 10h09
- Brasília
Duran, que chegou a ser chamado de “mago das lentes”, é famoso pelos seus ensaios de nus artísticos, retratos e publicidade. Com forte sotaque catalão, que mantém mesmo depois de décadas no Brasil, ele fala sobre a arte de produzir imagens memoráveis e confessa que na era dos smartphones, não faz selfies. Perguntado sobre o que acha desse tipo de foto, ele é taxativo: “Nada!”.
Sobre a democratização da fotografia, “o fato de todo mundo poder fotografar com o celular não muda nada. Porque as pessoas fazem sem pensar”. E compara: “É a mesma coisa que na época em que não existiam canetas. Então a Bic inventou a caneta Bic e isso não quis dizer que todo mundo virou escritor. A única coisa positiva que acho de tudo isso é que as pessoas vão entender que fazer uma boa foto não é tão fácil quanto parece”.
Duran já realizou inúmeros ensaios de nudez e capas de revista com os maiores símbolos sexuais do país, mas diz que gosta mesmo é de fotografar pessoas. “Mesmo nas fotos de nus, eu não penso no corpo, eu penso no momento, no timing e na veracidade da fotografia”. Ele defende que as suas fotos sejam autênticas, naturais e, ao mesmo tempo, passem a sensação de que aconteceram por acaso.
Além de fotógrafo, Duran é autor de vários livros, entre eles Cadernos etíopes, Cidades sem sombras, Cadernos de viagem e o romance Lisboa. Perfeccionista, sempre busca a superação em suas produções. “Eu procuro perfeição. Busco uma qualidade de fotografia que por mais interessante que eu tenha feito a coisa ou que eu goste, eu vou querer sempre tentar aprimorar. E conclui com bom humor: “O segredo da boa fotografia é muito simples: É só não mostrar foto ruim.”