- 04/09/2017 23h19
- Xiamen (China)
O presidente Michel Temer disse por volta das 9h15 desta terça-feira (22h15 de segunda-feira,4, no horário de Brasilía), em seu último dia de viagem à China, que recebeu “com serenidade” a notícia de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, abriu investigação para avaliar a omissão de informações nas negociações das delações de executivos da JBS. Caso comprovada a omissão, os benefícios concedidos aos delatores poderão ser anulados, disse o procurador.
“Recebi com a serenidade de sempre. Não houve uma alteração sequer. Aliás, desde o início. Se eu não tivesse essa serenidade desde o início, creio que ninguém suportaria o que aconteceu”, disse na saída do hotel antes de seguir para o último dia de reuniões na 9ª Cúpula do Brics, grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, na cidade chinesa de Xiamen.
Temer reiterou que é seu advogado quem está cuidando do caso. “Eu tenho que ter a maior serenidade como sempre tive. Respeito todas as decisões que forem tomadas pela Justiça, pela Câmara dos Deputados, pela Procuradoria-Geral. Eu tenho que respeitá-las, mas não devo falar uma palavra sobre isso”, acrescentou.
O advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, defensor do presidente Michel Temer, disse que todas as declarações e provas obtidas pela Procuradoria-Geral da República por meio da delação de executivos da JBS estão “viciadas” e “cheias de problemas” e que o pedido de investigação para avaliar a omissão de informações por parte dos delatores torna as informações repassadas por eles sem “valor nenhum”.
Viagem à China
Temer embarca no início da terça-feira (madrugada de terça no horário de Brasília) de volta ao Brasil após viagem de seis dias à China. Ele fez visita de Estado ao país asiático onde foi recebido por líderes chineses como o presidente Xi Jinping, além de ter tido encontros com empresários chineses. A autoridades e investidores, Temer e sua comitiva de ministros apresentaram os projetos de investimentos, principalmente o pacote de concessões e privatizações de aeroportos, portos, rodovias e linhas de transmissão recém-lançado pelo governo.
“Fomos muito bem recebidos na visita de Estado. Aqui na China, o embaixador [Marcos Caramuru] me comunicou que as conversações estão gerando mais de US$ 10 bilhões em negociações”, disse Temer. “A viagem foi bem-sucedida seja na visita de Estado a Pequim seja reunião do Brics [bloco formado pelo Brasil, a Rússia, Índia, China e África do Sul]. Foram bilhões de dólares que poderão ir para o nosso país em face da abertura que fizemos para o mercado nacional e para o mercado estrangeiro”, disse Temer.
O presidente comentou que na reunião bilateral que teve ontem (3) com o primeiro-ministro da Índia Narenda Modi, paralelamente à cúpula do Brics, o indiano informou que seu país tem a intenção de investir mais no Brasil após o anúncio das novas concessões do Programa de Parcerias de Investimento.
Em seu último compromisso na China, Temer participa do Diálogo de Economias Emergentes e Países em Desenvolvimento do Brics.
Matéria atualizada às 23h40 para acréscimo de informações
*A repórter viajou a convite do Centro de Imprensa China-América Latina e Caribe