Editora traz novas tiragens das obras Cidade, Apuê e Sonetos Impuros que se encontravam esgotadas em seu catálogo, após boa acolhida do público leitor
por Patrycia Monteiro – Agência Alagoas
(Relançamentos brindam leitores uma vez que obras se encontravam esgotadas em seu catálogo, após boa acolhida do público leitor Divulgação)
A Imprensa Oficial Graciliano Ramos está relançando três de seus maiores sucessos editoriais, que há algum tempo se encontravam esgotados: Apuê, de Sérgio Prado Moura; Cidade, de Sidney Wanderley; e Sonetos Impuros, de Fernando Fiúza. Os exemplares destas obras se encontram disponíveis nas lojas física e virtual da editora e, nos próximos dias, já estarão disponíveis também nas principais livrarias de Maceió.
Publicado pela primeira vez em 2015, o livro Apuê – que em tupi significa “lugar distante” – traz seis contos com narrativas permeadas por mistérios, sob forte influência do realismo fantástico, repleta de personagens épicos. São fábulas atemporais que remetem à tradição oral brasileira, mas que também refletem sobre medo e bravura, vida e morte e demais desafios da existência. “O livro tem como fio condutor o sentimento de impermanência porque tudo que está vivo tende a se transformar e tende a desaparecer”, diz o escritor.
Já Cidade, de Sidney Wanderley, traz uma série de crônicas bem-humoradas sobre personagens reais da cidade de Viçosa – terra natal do autor. Com passagens autobiográficas, o livro traz reminiscências sobre episódios que marcaram a história viçosense como a instalação do set de filmagens do filme São Bernardo, de Leon Hirszman, em 1971; a inauguração do Cine Godoy, em 1962; e até a passagem do escritor Graciliano Ramos no município, onde passou parte da infância, local em que iniciou a amizade com o célebre jornalista Pedro Motta Lima, com quem manteve vínculo ao longo da vida.
Com carinho e, por vezes, ironia, os habitantes ilustres de Viçosa que compõem as memórias de Sidney Wanderley povoam diversas e divertidas páginas do livro como o livreiro Manoel Acioli, proprietário da livraria Acioli; a rigorosa educadora Enaura Torres, diretora do Educandário Coração de Jesus; o contador hippie João Batista e o escultor Mestre Amaro. Autor também de dois livros de poesia – Chuva e não (2009) e Dias de sim (2012) – e de A Feira que reúne poesias, crônicas e fotografias assinadas por Juarez Cavalcanti, publicado pela Imprensa Oficial Graciliano Ramos no ano passado, Sidney Wanderley tem em Viçosa uma fonte inesgotável de inspiração.
Sonetos Impuros, por sua vez, é o quinto livro de poesias publicado pelo escritor e professor de Literatura Fernando Fiúza. A obra traz 61 sonetos tidos como impuros, pelo autor, por causa da desconstrução proposta durante o processo criativo: “Mexi nas estrofes. Alguns têm uma única estrofe de 14 versos, outros são duas estrofes de sete versos. Outros, ainda, têm duas estrofes de seis e também de oito”, conta, lembrando que o gênero poético nasceu no século 13, na Itália, e desde então se fez presente nos cânones da poesia ocidental. “Em vão, os modernistas tentaram destruí-lo”, relembra, divertidamente.
Nesta obra, os versos de Fiúza remetem a temáticas cotidianas e contemplativas, fazendo homenagem a pessoas reais, de seu círculo íntimo, mas também a personagens de livros e escritores como Emil Cioran e Jorge Luis Borges, todos descritos com lírica subjetividade.