(Além do II Centro de Saúde e do Cria de Arapiraca, teste rápido é realizado no Lance – Foto: Olival Santos)
Serviço está disponível em unidades de saúde de Maceió e Arapiraca
por Marcel Vital – Agência Alagoas
A Rede de Teste Rápido Molecular para Tuberculose do Sistema Único de Saúde (SUS) conta, agora, com três locais para realização do exame. O II Centro de Saúde Dr. Diógenes Jucá Bernardes, localizado na Praça da Maravilha, no bairro do Poço, o Laboratório Central de Alagoas (Lacen/AL), na Jatiúca, e o Centro de Referência Integrado de Arapiraca (Cria) foram selecionados previamente por critérios epidemiológicos e operacionais, ampliando a cobertura de atendimento aos usuários do SUS.
De acordo com Ivete Tenório, técnica do Programa Estadual de Combate à Tuberculose, o exame, importante para o diagnóstico da forma ativa, é realizado em apenas duas horas, em ambiente laboratorial e, além do DNA do bacilo causador, detecta a resistência à rifampicina, principal medicamento destinado ao tratamento da doença. Para o diagnóstico, o SUS oferece ainda exames como a baciloscopia, cultura para micobactérias e teste de sensibilidade. Já na baciloscopia, era preciso fazer duas amostras de escarro e o resultado demorava em média 15 quinze dias, a depender do laboratório.
“Além de todos esses benefícios, as máquinas têm capacidade de realizar cerca de 500 exames por mês. Contudo, para que elas funcionem a todo vapor, é preciso que a Atenção Primária busque os pacientes e mande as amostras do escarro para os locais determinados”, afirmou a técnica do Programa Estadual de Combate à Tuberculose.
Segundo Ivete Tenório, o principal sintoma em adolescentes e adultos jovens é a tosse por três semanas ou mais, associada ou não a febre, especialmente à tarde, suor intenso à noite, falta de apetite e emagrecimento. Já nas crianças menores de 10 anos de idade, a febre moderada e persistente é a principal manifestação clínica. Também são comuns irritabilidade, tosse, falta de apetite, perda de peso e suor intenso à noite. Nas formas extrapulmonares de tuberculose, que são menos frequentes, os sinais e sintomas variam de acordo com o órgão ou sistema acometido.
“Em alguns casos, pode haver escarro com sangue. Nesse momento, a doença já se agravou um pouco. Esse sangue é proveniente do pulmão, porque o micróbio começa a destruir as áreas desse órgão, formando cavidades que danificam os vasos sanguíneos”, garantiu a técnica do Programa Estadual de Combate à Tuberculose.
Transmissão – Ivete Tenório ainda explicou que a tuberculose é transmitida de pessoa a pessoa, principalmente através do ar. A fala, o espirro e, principalmente, a tosse de um doente de tuberculose pulmonar bacilífera, consegue lançar no ar gotículas de tamanhos variados, contendo o bacilo no seu interior. As gotículas mais pesadas depositam-se rapidamente no solo, enquanto as mais leves podem permanecer em suspensão por diversas horas. Vale ressaltar que a tuberculose não se transmite pelo compartilhamento de roupas, lençóis, copos e outros objetos.
Tratamento – A técnica do Programa Estadual de Combate à Tuberculose salientou que a doença tem cura e o tratamento na rede SUS é gratuito, tendo duração de no mínimo seis meses, com medicação de uso diário. “O tratamento é feito em duas fases, com quatro tipos de drogas. A fase de ataque, com duração de dois meses, é o momento em que o indivíduo toma essas quatro medicações. Já nos meses seguintes, ele toma apenas dois remédios”, explicou.
Há casos em que o tratamento precisa ser estendido por mais tempo, dependendo da avaliação clínica e de resultados de exames laboratoriais. E é comum que após as primeiras semanas de tratamento, o paciente observe melhora total dos sinais e sintomas. No entanto, isto não quer dizer que a doença está curada. Portanto, para obter a cura, é necessário completar todo o tratamento, segundo salientou Ivete Tenório.
“Todos os meses esse paciente precisa voltar à unidade de saúde para ser reavaliado e fazer novos exames de escarro. Com 15 dias de tratamento, a transmissão da doença fica praticamente zerada. A tuberculose ainda é uma doença rodeada de preconceitos e o importante no tratamento é que esse paciente, ao chegar a algum Centro de Saúde, seja recebido de forma ágil, humanizada e acolhedora”, garantiu a técnica do Programa Estadual de Combate à Tuberculose.