Em Alagoas, gráfico com evolução de indicadores apresenta curva descendente no número de óbitos há 13 semanas consecutivas
por Agência Alagoas
Com 13 semanas consecutivas de queda, a curva descendente é uma das bases para as mudanças de fases – Foto: Agência Alagoas
Entre os dias 17 e 23 de maio, 109 pessoas morreram por Covid-19 em Maceió. Era o pico da pandemia na capital alagoana. Já na última semana, de 16 a 22 de agosto, foi registrado um óbito pela doença. Durante coletiva de imprensa realizada na manhã de ontem (24), o gráfico apresentado pelo Governo de Alagoas mostrou que a descida vertiginosa também acontece no interior.
Na última semana epidemiológica, entre 16 e 22 de agosto, as demais regiões do estado contabilizaram 19 óbitos. Número bem distante das 112 mortes registradas na semana epidemiológica 25, ápice da letalidade no interior, entre os dias 14 e 20 de junho. Após 13 semanas consecutivas de queda, a curva descendente do indicador surge como mais um importante dado para justificar as recentes mudanças de fases no Plano de Distanciamento Social Controlado.
“Há uma clara queda de dez semanas seguidas no interior. É uma diferença muito grande. Estamos no caminho do novo normal”, estimou o governador Renan Filho.
O somatório geral em Alagoas confirma o arrefecimento expressivo: de 200 mortes no pico, entre 24 e 30 de maio (semana 22), para 20 óbitos entre 16 e 22 de agosto (semana 34). É o menor índice em 17 semanas, sendo 13 consecutivas com queda.
Tendência semelhante ocorre noutro indicador crucial: a Taxa de Ocupação de Leitos com Respiradores, cuja média mais recente ficou em 35,2%. Na Taxa de Ocupação de Leitos Geral o percentual cai ainda mais: 22%.
Ao analisar os demais parâmetros da Matriz de Risco por Semana Epidemiológica – Taxa de Letalidade (2,4%) e Razão de Casos Ativos por Casos Recuperados (0,06) –, observa-se que, dos seis indicadores, cinco estão com bandeira verde e apenas um (Quantidade de Leitos com Respiradores por 100 mil habitantes) com a azul, numa configuração que já remete há pelos menos 15 dias.
O cenário promissor resulta da combinação entre as ações do Governo do Estado na área da saúde e a contribuição da população ao seguir em isolamento, respeitar o distanciamento social e manter o uso de máscara e a higienização das mãos.
Os investimentos governamentais permitiram a criação de 1.236 leitos exclusivos para Covid-19 e a inauguração de novas e importantes unidades de saúde. O Hospital Metropolitano e o Hospital Geral do Norte, em Porto Calvo, são legados da atual gestão. O atendimento à população foi estendido com a abertura de um hospital de campanha, em Maceió, e de unidades de síndromes gripais em bairros da capital, em Arapiraca e Santana do Ipanema.
A ampliação do número de testes (Alagoas figura na sétima posição no ranking dos estados brasileiros com maiores percentuais de exames realizados), a contratação de profissionais de saúde, a aquisição de respiradores e Equipamento de Proteção de Individual (EPI), a instalação de barreiras sanitárias nas fronteiras e a divulgação constante e transparente de informações sobre a Covid-19 também foram fatores decisivos protagonizados pelo Governo.
“É o grande sinal que Alagoas está estruturada para, por um lado, oferecer atendimento para Covid-19 a quem precisa e, por outro, compromissada por meio do esforço de seus cidadãos – sem contar outra parcela da sociedade já imunizada. Por isso, a gente tem atingido esse resultado, que é talvez o resultado mais arrojado do país inteiro nesse momento. É um resultado muito significativo”, considerou o governador.
Pandemia no interior
No interior de Alagoas, com quase o dobro da população de Maceió, a trajetória da pandemia pode ser considerada semelhante à capital em alguns aspectos, mas há diferenças no modo como a transmissão se propagou, como o atraso de quatro semanas entre a ocorrência dos picos.
Na avaliação do Governo, em Maceió, tanto a incidência quanto a dissipação ocorreram mais rapidamente. “A Covid-19 cresceu com uma curva íngreme, mas também caiu como uma curva mais íngreme. Mais íngreme que no interior”, atentou Renan Filho. “Por que isso ocorre? Porque nós tomamos uma série de medidas, as pessoas também e no interior há um isolamento natural. Mais pessoas moram na zona rural da cidade. A doença demorou mais a chegar a algumas regiões de Alagoas. Isso garantiu que, por isolamento social, nós conseguíssemos atender a todas as pessoas na rede hospitalar do estado”, concluiu o governador.
Durante a coletiva, Renan Filho esclareceu que é inverídica a informação sobre um possível epicentro da pandemia em algum município ou região do estado no momento. “Tem gente discutindo epicentro da Covid-19, como se ela estivesse forte em alguma área de Alagoas. O pico já passou em todas as regiões. Como Arapiraca é epicentro se, em junho, tivemos 414 mortes e em agosto, até o dia 22, tivemos 85?”, indagou.
A partir desta terça-feira (25), as cidades localizadas na 09ª e 10ª Região Sanitária (Médio e Alto Sertão alagoano) vão avançar da fase laranja para a fase amarela do Distanciamento Social Controlado. Os demais municípios também seguem na bandeira amarela e a capital permanece na fase azul.