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RJ pode ter Zé Pilintra como patrimônio cultural

Redação A Hora News

Legenda: Entendida de cultos de matrizes africanas foi citada durante as eleições municipais por Crivella, candidato derrotado| Foto: Reprodução

Em algumas cidades os prefeitos eleitos agradeceram a Deus pela vitória, demonstrando o reconhecimento de que são dependentes de Deus.

Em Manaus (AM), por exemplo, Davi Almeida (Avante) comemorou os mais de 466 mil votos que recebeu mostrando sua fé. “Quero agradecer a Deus e a todos que nos acompanharam”, disse ele nas redes sociais após os resultados do segundo turno.

Também pelas redes sociais, o prefeito eleito em Maceió (AL), JHC (PSB), também mostrou sua gratidão a Deus pela vitória ao comemorar o resultado do segundo turno. “Obrigado, meu Deus. Obrigado ao povo honesto e guerreiro de Maceió”.

Mas no Rio de Janeiro (RJ), o prefeito eleito, Eduardo Paes (DEM), agradeceu aos seus familiares e aos eleitores e alfinetou seu concorrente, Marcelo Crivella (Republicanos) que é evangélico, chamando-o de preconceituoso e defendendo as minorias.

“O Rio está livre do pior governo da sua história, do governo mais omisso, mais despreparado e mais preconceituoso”, disse Paes.

A religião de Crivella, bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, foi tema dos debates políticos e da própria campanha eleitoral.

Falas do prefeito que não conseguiu se reeleger chegaram a ser distorcidas e geraram uma “moda” nova nas ruas cariocas que é o uso do chapéu Panamá.

Em uma fala, Crivella disse: “Eduardo Paes não vê a hora de colocar seu chapeuzinho de Zé Pelintra para desfilar no Carnaval”. A entidade de cultos de matrizes africanas é representada usando um chapéu e, por isso, foi criado a falácia de que o prefeito evangélico estava ofendendo essas religiões.

E o tema se tornou tão forte na capital fluminense que, além de aumentar o número de vendas do chapéu Pamaná, o deputado Átila Nunes (MDB) apresentou um projeto de lei para tornar Zé Pilintra patrimônio cultural do Rio de Janeiro.

Em sua justificativa, o deputado cita a fala de Crivella durante as eleições municipais e declara que a entidade “não tem cunho negativo e “serve como um arquétipo da cultura de origem africana enquanto alvo de preconceito”.