Usuários, em especial dos casos clínicos, devem ficar atentos às mudanças na porta de entrada Hospital Geral do Estado
por Neide Brandão – Ascom Sesau
Foto: Carla Cleto
O Governo do Estado tem investido na saúde do povo alagoano com a construção de hospitais e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). O objetivo destes investimentos é organizar a Rede de Saúde Pública e referenciar as unidades, como o Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió. Isso porque, durante muitos anos, a maior unidade hospitalar de Alagoas recebeu usuários com todos os tipos de patologias, mas, a partir desta quinta-feira (25), passará por alterações na porta de entrada da urgência.
A enfermeira Janiery Batista, coordenadora da Área Azul, explicou que o HGE já vem estudando, junto às outras unidades de saúde, municipais e estaduais, o fluxo de entrada dos pacientes. “Estamos iniciando nesta quinta [25] algumas alterações. A intenção é começar a orientar e esclarecer a população e referenciar cada caso assistencial na Rede de Saúde Pública”, pontuou.
Segundo ela, o paciente que procurar o HGE a partir da quinta-feira (25), não sendo emergência, passará, primeiramente, pela Classificação de Risco, antes do Registro. “Queremos identificar se o caso não pode ser resolvido em uma UPA, por exemplo, ou qualquer outra unidade de saúde, dependendo do caso. E, assim, orientá-lo sobre a assistência precisa e o perfil do HGE”, explicou Janiery Batista.
Para o secretário de Estado da Saúde, Alexandre Ayres, as mudanças no fluxo de atendimento do HGE irão representar um avanço para a saúde pública, qualificando a assistência.
“Após 40 anos de funcionamento, o HGE recebeu um importante reforço na assistência de Média Complexidade principalmente aqui na capital e também no Estado de Alagoas como um todo com a chegada das novas UPAS. O governo Renan Filho já entregou seis UPAS na capital que representam um atendimento de quase duas mil pessoas por dia, sendo muito importante para o desafogamento da porta de urgência do HGE”, considera o gestor. “Então com isso, pensando no bem-estar da população e de uma melhor resolutividade nos atendimentos, nós estamos iniciando uma transição na porta de atendimento de urgência e é muito importante que a população alagoana, que a população maceioense, entenda quais os atendimentos são exclusivos das UPAS para que o HGE fique destinado ao atendimento de pacientes de emergência”, explica o secretário.
Salto de qualidade – Para se ter uma ideia da dimensão do que acontecerá na Saúde alagoana, daqui a alguns meses, com as alterações efetuadas pelo Governo do Estado, a Área Azul do HGE passará por reformulação total, segundo reforçou o médico Paulo Teixeira, gestor do hospital.
“A Área Azul será uma das principais beneficiadas com as mudanças que estão ocorrendo. Ela recebe, em média, 350 pacientes diariamente e quase 10 mil mensalmente, o que representa o maior fluxo do HGE, com o acolhimento de todos os tipos de patologias, sendo a maioria delas referentes a causas clínicas. Quando estivermos com a Rede de Saúde Pública funcionando em sua plenitude, esses números serão distribuídos entre as outras unidades de saúde. Neste momento, o Governo do Estado está organizando a Rede de Urgência Estadual, uma vez que é fundamental a regionalização e hierarquização do atendimento”, referendou Paulo Teixeira.
A coordenadora da Área Azul salientou que as pessoas procuram o HGE porque a unidade hospitalar tem resolutividade. “Mas, precisamos reforçar que, em casos mais simples, e traumas menores, as UPAs já estão gabaritadas e equipadas, com profissionais capacitados para a condução de vários casos que continuam vindo para o HGE. Quando a população entender isso, a demanda aqui diminuirá”, ressaltou.
De acordo com Janiery Batista, a reorganização dos serviços de saúde é fundamental para que cada unidade atenda o paciente de acordo com sua especificidade e os serviços sejam cada vez mais humanizados.
Assistência – O funcionamento da área acontecerá da seguinte forma, o paciente passará, primeiramente, pela Classificação de Risco, onde acontece a triagem dos atendimentos, conforme a queixa. Em seguida fará o Registro de Entrada e será encaminhado para atendimento no consultório do médico clínico ou direcionado para a Área Vermelha Trauma, Cardiologia ou Ortopedia, dependendo do caso.
“Devemos atender complicações causadas pela diabetes, hipertensão, alergias, doenças respiratórias, hemorragias, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), dentre outros. Nosso perfil são os casos mais graves e complexos de urgência e emergência”, salientou a coordenadora da Área Azul do HGE.
A Área Azul se subdivide em Classificação de Risco, Ambulatório (Apoio, Medicação e Sala de Decisão), Imobilização Ortopédica, Observações (Feminina, Masculina e Mista), Ala A (enfermaria 1 e 2) e Retaguarda.
Entre as especialidades médicas, a Azul tem ortopedia e clínica médica, com atendimento imediato; neurologia e neurocirurgia, cirurgia plástica, vascular e oncologia para avaliações; cirurgia de tórax, oftalmologia, otorrinolaringologia, urologia e endoscopista de sobreavisos.
Funcionamento Rede de Urgência – Janiery ainda sobrepôs às especificidades de cada unidade para atendimento à população. Segundo a enfermeira, as Unidades Básicas de Saúde (UBS), gerenciadas pelos municípios, devem ser procuradas por pacientes com febre baixa, vômitos, diarreia, dores leves ou que necessitem fazer a retirada de pontos ou trocar receitas.
Nas UPAs, devem ser atendidos os usuários que apresentem hemorragias, fraturas fechadas e precisem realizar a troca de sonda nasoenteral, extrair unhas ou apresentem sintomas de infarto, Acidente Vascular Cerebral (AVC) e crises hipertensivas. Já nos Ambulatórios 24 Horas, são assistidos pacientes que apresentam vômitos e febres persistentes, dores moderadas e que necessitam trocar sondas vesicais de demora. “As UPAS possuem ortopedistas de domingo a domingo, por exemplo, das 7h às 19h. Ficando o HGE apenas para o período noturno”, acrescentou a enfermeira.
Paulo Teixeira, gerente do HGE, reforçou ainda que o hospital fica com os casos de choque, fraturas expostas, traumas, dor torácica, perfuração de arma de fogo ou de arma branca, alteração súbita de consciência, obstrução das vias aéreas, convulsões, dor intensa, grande e médio queimado, entre outros casos graves.
“A Área Azul é destinada aos casos de urgência e conta com uma equipe multidisciplinar, profissionais capacitados, prontos para assistir à população de forma humanizada e efetiva”, sentenciou.