/Substituição de palavras sobre maternidade por termos neutros prejudica a relação da mãe e bebê, diz estudo

Substituição de palavras sobre maternidade por termos neutros prejudica a relação da mãe e bebê, diz estudo

Redação A Hora News

Legenda: Para incluir pessoas trans, a medicina tem apagado a mulher | Foto: Pexels

Um estudo realizado por 10 investigadoras de saúde da Austrália, Estados Unidos, Europa e Ásia chegaram à conclusão que a substituição de palavras por frases neutras reduz o “vínculo mãe-bebê” e prejudica a amamentação.

A análise surge justamente no momento em que o Reino Unido e outros países do mundo tentam substituir termos maternos por uma linguagem neutra que visa incluir homens trans – mulheres biológicas – que resolveram suspender o tratamento hormonal de mudança de sexo para se tornarem mães, mas serem chamadas de pai.

Para se ter uma ideia, na tentativa de incluir esses homens trans na maternidade, o Serviço Nacional de Saúde britânico adotou uma “linguagem inclusiva em termos de gênero”, onde se substitui “amamentação” por “alimentação ao peito”, “leite materno” por “leite humano” e ainda “mães” por “pessoas grávidas” ou “pessoas lactantes”.

Mas o relatório obtido pelo jornal “Sydney Morning Herald” assegura que essas mudanças de certas palavras possam ser mais inclusivas, mas, no final, tem um efeito oposto ao esperado.

“Dessexar a linguagem da reprodução feminina foi feita com o objetivo de ser sensível às necessidades individuais e benéfica, gentil e inclusiva”, escrevem no artigo. “No entanto, essa gentileza trouxe consequências não intencionais que têm sérias implicações para mulheres e crianças”.

A pesquisa diz também que essas mudanças não são benéficas uma vez que as mães que, efetivamente, geram vida e são “casa” de um ser durante nove meses veem-se discriminadas.

Uma coautora do novo artigo e ex-presidente do Australian College of Midwives, Jenny Gamble, professora de obstetrícia do Centro de Excelência em Cuidados da Universidade de Coventry e dos hospitais universitários de Coventry e Warwickshire, com sede no Reino Unido, disse que a linguagem baseada no sexo “é importante devido à opressão baseada no sexo”.

“Confundir a ideia de identidade de gênero e a realidade do sexo traz consequências adversas à saúde e uma discriminação mais profunda e insidiosa contra as mulheres”, disse ela. “Sexo [uma categoria reprodutiva], gênero [um papel social] e identidade de gênero [um senso interior de si mesmo] não são sinônimos, mas estão sendo tratados como se fossem.”

Causa trans tem tentado apagar as mulheres

A discussão da reportagem do ‘The Sydney Morning Herald’ fala sobre a tentativa de se apagar a mulher em prol da causa trans.

A professora e obstetrícia Jenny Gamble chegou a dizer: “A tendência de apagar o uso do termo mulheres ou redefini-lo começou a varrer o mundo”.

O jornal pontua que pesquisadores lamentam a exclusão das mulheres da pesquisa médica há décadas e os pesquisadores têm feito campanha por mais pesquisas biologicamente direcionadas para entender a diferença entre os sexos.

As pesquisadores desse novo estudo, que será publicado na revista Frontiers in Global Women’s Health, reforçam a necessidade de usar palavras sexuadas para tratar com as mulheres.

O estudo ganhou o nome de “Comunicação eficaz sobre gravidez, nascimento, lactação, amamentação e cuidados com o recém-nascido: a importância da linguagem sexuada”.

A reportagem completa, em inglês, pode ser lida aqui.