Dados de um estudo feito no Reino Unido e publicado na revista The Lancet Infectious Diseases mostram que a varíola dos macacos é uma doença sexualmente transmissível e que os homossexuais e bissexuais são a maioria das vítimas.
Segundo o estudo, o perfil das pessoas infectadas com a doença no Reino Unido são homens sexualmente ativos, predominantemente homossexuais, com idade média de 41 anos.
A pesquisa diz ainda que essas pessoas tiveram relacionamentos íntimos com pelo menos uma pessoa do mesmo sexo nas três semanas anteriores ao surgimento dos primeiros sintomas da doença. Mais da metade mudou de parceiro cinco ou mais vezes nos três meses anteriores ao teste positivo para varíola dos macacos. Quase todos disseram que usaram preservativos “inconsistentemente”.
No grupo de estudo, 25% dos pacientes com varíola dos macacos também tiveram uma infecção sexualmente transmissível (IST) identificada ao mesmo tempo.
Por esse motivo, embora a infecção zoonótica não tenha sido classificada entre as IST até agora, sua entrada na lista parece inevitável se a tendência nos resultados dos estudos do novo surto europeu continuar.
Na Espanha, um sauna gay foi interditada após ser ligada ao surto de varíola dos macacos no país.
Diante dessas informações, vários governos estão dando prioridade de vacinação para homossexuais e bissexuais na tentativa de impedir a disseminação da doença que já tem milhares de infectados em 44 países, incluindo o Brasil.
O Departamento de Saúde de Nova Iorque, nos EUA, tornou elegíveis homens gays e bissexuais, com 18 anos ou mais, que já começaram a ser vacinados.
Já no Reino Unido, o governo indicou a vacinação para este público diante dos números alarmantes de contaminação na comunidade LGBTQ+. Em uma pesquisa de junho, dos 152 infectados pela varíola que responderam o questionário, 151 se identificaram como gays, bissexuais ou homens que fazem sexo com homens (GBMSM).