Iniciativa promovida pela Sesau ocorreu nesta quarta (22), na Unit, e foi voltada para os representantes dos 102 municípios alagoanos
por Fabiano Di Pace / Ascom Sesau
Capacitação sobre diagnóstico e tratamento de pacientes com tuberculose ocorreu nesta quarta (22) – Foto: Carla Cleto / Ascom Sesau
A Secretaria de Estado de Saúde (Sesau) promoveu, nesta quarta-feira (22), uma capacitação voltada para técnicos e coordenadores municipais da Atenção Básica, sobre o diagnóstico e tratamento de pacientes com tuberculose. A ação ocorreu no auditório da Universidade Tiradentes (Unit), localizada no bairro Cruz das Almas, em Maceió.
Durante a capacitação foram abordados temas como a situação epidemiológica e operacional da tuberculose em Alagoas, onde houve o registro de 85 óbitos no ano passado e 1.053 casos novos. Números que são superiores aos computados em 2021, quando 65 pessoas morreram no Estado em razão da doença e houve o diagnóstico de 987 casos novos.
Este cenário foi um dos motivadores para promover a capacitação com os técnicos municipais, segundo ressaltou a enfermeira Alda Rodrigues, coordenadora do Programa Estadual de Controle da Tuberculose. “Quanto mais pessoas diagnosticadas, há evidências de que a vigilância em saúde está atuante. Contudo, temos que assegurar que o diagnóstico seja precoce, para o tratamento também ser oportuno e, desse modo, evitarmos óbitos”, salientou.
Ainda durante o treinamento, foram repassadas informações sobre como deve ocorrer a coleta de material biológico dos pacientes para a realização dos exames de diagnóstico. Também foi detalhado o fluxo para envio das amostras de material ao Laboratório Central de Alagoas (Lacen), responsável pelos exames.
Para o secretário adjunto de vigilância em saúde da Sesau, médico Marcos Melo, a capacitação dos técnicos municipais é importante, pois atua como ampliador de conhecimentos, além de sensibilizar gestores e técnicos para a vigilância da tuberculose. “Por ser uma das principais doenças infecciosas, a Sesau precisa atuar de forma conjunta com as Secretarias Municipais de Saúde para alcançar o controle desta patologia”, enfatizou.
Uma das facilitadoras da capacitação, a pneumologista da Sesau, Fátima Alécio, reforçou a importância do tratamento integral do paciente acometido pela tuberculose. Segundo a especialista, ele dura seis meses e deve ser levado até sua conclusão, sob o risco de o paciente desenvolver formas mais resistentes, em casos de abandono do tratamento.
“Alagoas possui um índice de 9% de abandono no tratamento, acima da média nacional que fica em torno de 5%. Por isso é essencial o esforço das equipes de saúde municipais para que seja feito o acompanhamento dos pacientes, evitando esse quadro”, ressaltou Fátima Alécio.
Já a pneumopediatra Ana Claudia Dowsley, destacou que o cuidado com as crianças também deve ser priorizado. “Apesar das crianças não representarem o maior número de casos graves, esse grupo é um importante vetor de contaminação para outros indivíduos. Por isso, é essencial que, ao ser realizado o diagnóstico, toda a família seja acompanhada”, explicou.
O secretário de Estado da Saúde, médico Gustavo Pontes de Miranda, pontuou que todo o diagnóstico e tratamento da tuberculose é assegurado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Por isso, a Sesau está capacitando os técnicos municipais para que todos os alagoanos acometidos pela tuberculose tenham o diagnóstico em tempo oportuno, bem como, o tratamento integral, aumentando o índice de cura e evitando óbitos”, destacou o gestor da saúde estadual.