Grupo de pesquisa conta com nove integrantes e atende a unidades assistenciais do Estado com análises específicas
por Eduardo Almeida / Ascom Uncisal
Laboratório trabalha com diagnóstico de enteroparasitoses, que são doenças causadas por parasitas que habitam o intestino humano – Foto: Foto: Ascom Uncisal
A Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal) é destaque quando o assunto é produção de conhecimento. Criado com a proposta de integrar ensino e pesquisa, o Laboratório de Doenças Parasitárias (Ladip), vinculado à Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propep), tornou-se referência no diagnóstico de parasitoses – doenças causadas por parasitas – e tem contribuído diretamente com o trabalho desenvolvido em unidades assistenciais.
O grupo de pesquisa fundado e liderado pela professora Flaviana Wanderley se dedica, sobretudo, ao estudo de parasitoses oportunistas, que acometem pacientes com o estado imunológico debilitado por outras doenças. O diagnóstico preciso eleva significativamente as chances de recuperação e, em alguns casos, de acordo com as pesquisas, pode evitar que o paciente venha a óbito por falta de tratamento específico.
“Trabalhamos principalmente com diagnóstico de enteroparasitoses, que são doenças causadas por parasitas que habitam o nosso intestino. A ênfase do nosso trabalho está nos parasitas oportunistas, principalmente em pacientes que estão bastante descompensados, normalmente internados no Hospital Escola Helvio Auto. Nós fazemos o diagnóstico com base em técnicas que não são comuns”, explica a professora.
A coordenadora do Laboratório de Doenças Parasitárias complementa: “Nosso trabalho permite que os infectologistas e o corpo médico das unidades possam desenvolver um tratamento específico, o que acaba sendo mais assertivo. Isso significa, na prática, a redução do tempo de internação e, em alguns casos, a preservação da vida”.
Atualmente, o grupo conta com nove integrantes. São três professores, incluindo a coordenadora Flaviana Wanderley, dois técnicos especializados, e quatro estudantes de graduação, que passaram a integrar a rede por meio de projetos de Iniciação Científica. O Laboratório conta ainda com parcerias com outras instituições, a exemplo da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).
A técnica de laboratório Ana Moraes é uma das participantes do grupo de pesquisa em parasitologia. Cabe a ela a análise das amostras colhidas com os pacientes. “Recebo essas amostras e as analiso, com a aplicação das técnicas adequadas”, explica. De acordo com ela, o resultado do trabalho desenvolvido na Uncisal é recompensador, não apenas para aqueles que são diretamente beneficiados, mas, também, para quem atua na pesquisa.
“Comecei minha trajetória na Uncisal, atuando nos laboratórios de ensino, e depois passei a integrar o Laboratório de Doenças Infectoparasitárias, coordenado pela professora Flaviana Wanderley. Para mim, é gratificante saber que eu colaboro de alguma forma com a melhoria na qualidade de vida dos pacientes. Isso é recompensador”, expõe Ana Moraes.
As pesquisas desenvolvidas pelo grupo só são possíveis graças à atuação de órgãos de fomento, como a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal). Hoje, os projetos desenvolvidos no laboratório integram, por exemplo, o Programa Pesquisa para o SUS (PPSUS). Mas, com o apoio da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da Uncisal (Propep/Uncisal), há ainda projetos de Iniciação Científica e Tecnológica.
“No caso específico do PPSUS, desenvolvemos projetos em parceria com a Ufal para o diagnóstico da esquistossomose. Esse projeto conta com a integração da Universidade Federal de Minas Gerais, o que resulta em uma troca de experiências importante para os participantes e contribui com a produção do conhecimento científico em nosso país”, detalha a professora Flaviana Wanderley.
Além de possibilitar diagnósticos mais precisos e melhorar a qualidade de vida dos pacientes, o trabalho desenvolvido tem integrado o conteúdo apresentado em sala de aula com a pesquisa. Outra possibilidade que passou a ser analisada pelos pesquisadores foi o desenvolvimento de ações de extensão nas comunidades nas quais há grande incidência de parasitas.
“Estamos avaliando a possibilidade de desenvolver trabalhos com a liga acadêmica relacionada à área de parasitologia ou mesmo ações mais concretas de extensão, tendo como base os dados coletados na pesquisa. Percebemos, por exemplo, que, em alguns casos, o simples fato de lavar as mãos resultaria na redução da contaminação. Logo, ações educativas contribuiriam com a redução dos números”, conclui Flaviana Wanderley.
Além de Flaviana Wanderley e Ana Moraes, o Laboratório de Doenças Parasitárias da Uncisal é formado pelo técnico Josenildo Francisco da Silva; pelo médico e professor Fernando Luiz de Andrade Maia; pelos estudantes Anderson Peixoto da Silva, Eduardo Bezerra Medeiros, João Lúcio de Morais Gomes Netto, Mikssael Gomes Ferreira, Tainá da Silva Nunes; por Mirla Karolaine Silva Nunes e Ellen Tammy Martins Silva.