Serviço é o único do Estado com atendimento pelo SUS e funciona às quintas das 8h às 12h
por Ruana Padilha / Ascom Sesau
Ambulatório Estadual de Esclerose Múltipla funciona no Hospital Metropolitano de Alagoas e conta com equipe multidisciplinar – Foto: Carla Cleto
Inaugurado em agosto de 2022, o Ambulatório Estadual de Esclerose Múltipla – doença neurológica que pode causar incapacidades físicas – é o único no Estado com assistência pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O atendimento na unidade, que está localizada no Hospital Metropolitano de Alagoas (HMA), em Maceió, ocorre todas às quintas-feiras, das 8h às 12h, com acompanhamento multiprofissional.
Para ser atendido no Ambulatório Estadual de Esclerose Múltipla, o paciente precisa ter em mãos o formulário que é entregue pela Unidade Básica de Saúde (UBS) do município de residência. Esse formulário é gerado pelo Sistema de Regulação do Estado (SisReg), que mostra o dia e horário da consulta. Também é necessário levar o RG, CPF, Cartão do Sistema Único de Saúde (SUS) e comprovante de residência.
O Ambulatório Estadual de Esclerose Múltipla atende pacientes com outras doenças desmielinizantes e quem ainda não têm o diagnóstico fechado e precisam de uma melhor investigação. O atendimento ambulatorial conta com os leitos de neurologia no HMA para receber pacientes que estejam em surto da doença ou que necessitem de internação para melhor investigação.
Sintomas
Entre as características da Esclerose Múltipla, estão a capacidade de ser degenerativa e autoimune, afetar o sistema nervoso central, provocando uma inflamação capaz de anular as funções dos neurônios. E entre os principais sintomas da doença, que acomete geralmente pessoas na faixa etária de 20 a 40 anos, principalmente mulheres, estão o formigamento nos braços e pernas sem motivo aparente.
A coordenadora do Ambulatório Estadual de Esclerose Múltipla, a neurologista Samyra Vital, explica que a doença ocorre em razão de uma inflamação gerada devido a uma agressão no sistema imunológico, que passa a não reconhecer a mielina como própria do corpo e a ataca. “A Esclerose Múltipla não tem cura e também não tem prevenção. O paciente nasce com uma predisposição genética que, aliado a fatores ambientais, ajudam a desencadear a doença. Portanto, é necessário que os sintomas neurológicos sejam sempre investigados”.
Diagnóstico
A neurologista ressalta que o diagnóstico precoce pode melhorar as condições de vida do paciente e retardar a progressão da doença. “O paciente que realiza o tratamento adequado de forma precoce tem uma grande possibilidade de viver normalmente em sociedade. Portanto, é fundamental falar sobre Esclerose Múltipla e seus sintomas para que a população se conscientize e, ao qualquer sinal, procure atendimento especializado”, destacou.
O diagnóstico é feito por meio de exames clínicos e de imagem. Geralmente, o tratamento ocorre por meio de medicamentos imunobiológicos injetáveis e orais. “A medicação visa promover a melhoria dos sintomas, reduzir a frequência e a gravidade das recorrências e diminuir o número de internações. Por isso, nosso Ambulatório de Esclerose Múltipla possui uma união fundamental com o Ceaf [Componente Especializado da Assistência Farmacêutica], antiga Farmex, para distribuição dos medicamentos para o paciente”, disse Vital.
Enfrentando a doença
A moradora de São Luiz do Quitunde, Sonivalda Cardoso, de 43 anos, descobriu a doença em janeiro deste ano e buscou atendimento pela Unidade Básica de Saúde (UBS) do município onde reside. Em seguida, ela foi encaminhada ao Hospital Regional do Norte (HRN), em Porto Calvo, onde passou por consulta com neurologista.
“O primeiro sintoma da doença ocorreu em 2015, perdi por um tempo a visão parcial, mas na época os oftalmologista diagnosticaram como estresse. Como minha visão voltou ao normal, e não tive mais surto, me convenci que era isso. Mas no início deste ano tive uma paralisia do lado direito e após buscar atendimento médico para tentar entender o que estava passando, fui encaminhada para um neurologista e fiz uma ressonância, onde constatou a Esclerose Múltipla”, relembrou Sonivalda Cardoso.
A paciente explicou que após o diagnóstico, foi encaminhada ao Ambulatório Estadual de Esclerose Múltipla, onde é acompanhada e realiza o tratamento, recebendo o medicamento desde janeiro. “Estou na terceira infusão do medicamento e já apresento uma melhora significativa. Comparando com antes, agora parece que não tenho nada. Se não fosse diagnosticada com a Esclerose Múltipla, poderia dizer que não tenho doença alguma. Já voltei a dirigir e estou muito feliz com minha recuperação”, comemorou.