Foi um intelectual alemão que se opôs ao nazismo e, por isso, foi preso e morto
da redação com internet
Dietrich Bonhoeffer (1906 — 1945): Reprodução
Dietrich Bonhoeffer foi um teólogo e filósofo, pastor luterano, membro da resistência alemã anti-nazista e membro fundador da Igreja Confessante, ala da igreja evangélica contrária à política nazista. Na prisão refletiu muito, tentando entender como era possível que seus compatriotas alemães estivessem apoiando tão fervorosamente Hitler e suas políticas irracionais e criminosas, sendo o povo alemão um dos mais cultos e avançados da Europa e do mundo, em termos científicos, tecnológicos, culturais, etc.
Ele chegou a uma conclusão: o povo alemão foi vítima da estupidez coletiva. E então Bonhoeffer escreveu um ensaio sobre a estupidez que hoje vale a pena recordar.
Segundo Bonhoeffer, a estupidez não tem uma causa psicológica, mas sim sociológica, ou seja, é contagiosa: a estupidez de uma pessoa precisa da estupidez de outra.
É como um feitiço formado por palavras de ordem que se apodera das pessoas. Por isso, você verá pessoas muito inteligentes que, em determinado momento, se comportam de maneira estúpida, porque é uma recaída de sua personalidade que nada tem a ver com suas capacidades mentais, que podem ser muitas.
Quando as pessoas estão passando por um período de estupidez, nunca acreditarão nos argumentos contra sua estupidez; simplesmente os ignorarão. São absolutamente impermeáveis às advertências sobre as consequências catastróficas que sua estupidez pode ocasionar a elas mesmas e aos outros estúpidos, e sempre se sentem orgulhosas de si mesmas e de sua estupidez.
Ainda mais, muitas vezes é perigoso tentar persuadir um estúpido com razões, pois ele se sentirá agredido, irritar-se-á facilmente e até tentará atacar.
Há momentos na vida das sociedades em que, contra a estupidez, não há nenhuma defesa. Daí nascem as ditaduras, assim como também o declínio dos países.
Posteriormente a Bonhoeffer, o historiador e economista italiano Carlo Cipolla, seguindo a mesma lógica do alemão, condensou em cinco leis sua teoria da estupidez.
1. Sempre se subestima o número de estúpidos em circulação.
2. A probabilidade de que uma pessoa seja estúpida é independente de sua educação, riqueza, inteligência, etc.; ou seja, a estupidez se distribui igualmente em todos os segmentos da população.
3. O estúpido causa dano a outras pessoas e a si mesmo, sem obter nenhum benefício.
4. Eles são imprevisíveis. As pessoas NÃO estúpidas sempre subestimam o poder danoso dos estúpidos.
5. Os estúpidos são mais perigosos que os bandidos e os malvados. Não há nada mais perigoso que um estúpido com poder.
Segundo Bonhoeffer, só quando o governo ou o regime social que produz a estupidez coletiva entra em colapso ou em crise, as pessoas podem se libertar dela e da dor que começa a surgir pela contradição entre seus pensamentos e seus atos.