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O Japão dentro do Brasil

Cidades brasileiras colonizadas por japoneses mantêm tradições nipônicas e são consideradas destinos turísticos

Por Nayara Oliveira – Agência de Notícias do Turismo

O turista não precisa ir ao outro lado do mundo para conhecer um pouco da cultura japonesa. No Brasil, cidades colonizadas pelos orientais mantêm até hoje as tradições nipônicas. Foi em 18 de junho de 1908 – há 109 anos – que o Brasil começou a receber imigrantes japoneses para trabalharem nas lavouras de café, em São Paulo.

A maior concentração de japoneses está no sul e sudeste, mas isso não quer dizer que os nikkeis – como são conhecidas as pessoas com origem japonesa – residam apenas nessas regiões. O número estimado de cidadãos brasileiros com ascendência japonesa é de 1,5 milhão, de acordo com o Consulado Geral do Japão em São Paulo. Eles também estão no Centro-Oeste e Norte no país.

No Paraná, a cidade de Assaí possui a maior concentração de nipo-brasileiros do estado. Desde o final da década de 30, com a colonização dos japoneses, as tradições orientais são passadas de pai para filho. A população, miscigenada entre brasileiros e japoneses, realiza os eventos da cidade, como O Bon Odori e o Tanabata, perpetuando a cultura oriental existente no dia a dia da cidade. O sistema de produção de frutas e o espaço agrícola da cidade também são realizados com técnicas japonesas.

Em São Paulo estão cerca de 400 mil japoneses. O maior reduto da colônia nipônica fora do Japão é o Bairro Liberdade, onde as fachadas são escritas com ideogramas japoneses e a arquitetura é tradicionalmente oriental. O bairro é conhecido por receber turistas de todo o mundo, apaixonados pela cultura e tradição orientais.  A Feira da Liberdade, na capital paulista, reúne aos finais de semana elementos típicos da cultura do Japão, com destaque especial para a gastronomia.

Para quem procura pelas tradições nipônicas mais ao sul do país, o destino é o município de Ivoti, no Rio Grande do Sul. Em 1996, os dirigentes da cidade destinaram terras para serem ocupadas por 26 famílias de imigrantes, formando a colônia japonesa produtora de uvas, kiwi, hortaliças e flores. A colônia cresceu e hoje é responsável por realizar festas culturais, como Feira da Colônia Japonesa, a gincana esportiva Undo Kai e o evento Enguei Kai. O turista que visita Ivoti tem a oportunidade de conhecer o Memorial da Colônia Japonesa, com relíquias e artefatos que contam a história e conquistas japonesas no estado.

No outro extremo do país, na Região Norte está a cidade com a terceira maior colônia japonesa do Brasil. Os primeiros imigrantes chegaram a Tomé-Açu, no Pará, em 1926, quando um grupo de cientistas japoneses foram ao estado para localizar áreas nas quais pudessem ser instaladas colônias agrícolas e, a partir delas, dinamizar a economia com práticas modernas de cultivo. Em 1929, a Companhia Nipônica de Plantação do Brasil comprou terras paraenses e 189 japoneses iniciaram uma nova jornada naquela região. A cidade foi presenteada com o trabalho dos imigrantes e ganhou o título de maior produtora brasileira de pimenta-do-reino.