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Caixa Cultural abre mostra de filmes de diretoras negras em Brasília

Brasília

Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil

De hoje (4) até 11 de julho, a Caixa Cultural apresenta a mostra Diretoras Negras no Cinema Brasileiro. As sessões ocorrem no Teatro da Caixa, em Brasília. Serão exibidos 45 filmes, entre longas, médias e curtas-metragens, fazendo uma retrospectiva da produção cinematográfica feita por cineastas negras brasileiras.

O dia de Jerusa, filme de 2014, direção de Viviane Ferreira
O dia de Jerusa, filme de 2014, direção de Viviane FerreiraDivulgação/Caixa Cultural

A mostra quer destacar a resistência dessas mulheres no mercado, já que não existe nenhum movimento de cineastas negras e cada uma trabalha suas próprias questões. Dentre elas, se destacam Elen Linth e Keyla Serruya (Amazonas), Larissa Fulana de Tal (Rio de Janeiro), Eliciane Nascimento (Brasília) e Renata Martins (São Paulo).

A boneca e o silêncio, de 2015, direcão de Carol Rodrigues
A boneca e o silêncio, de 2015, direcão de Carol RodriguesDivugação/Caixa Cultural

Entre outros temas, os filmes de ficção e documentários que serão exibidos na mostra retratam aspectos do cinema negro brasileiro, o lugar da mulher negra na sociedade, a cura e o fortalecimento feminino, a luta das empregadas domésticas, a representação racial no universo infantil e a luta por moradia da América Latina.

A programação ainda traz dois debates abertos ao público, um sobre as perspectivas e transformações da mulher negra no cinema nacional, e outro sobre o percurso das diretoras negras no cinema brasileiro.

A mostra também terá uma sessão com audiodescrição e closed captions para portadores de necessidades especiais. O filme Leva será exibido no domingo (9), às 17h30.

O filme Amor Maldito, da pioneira Adélia Sampaio, será exibido em duas sessões. A cineasta começou no cinema, em 1969, aprendendo tudo na prática, como diretora de produção de diversos longas-metragens. Dirigiu vários curtas e, em 1984, tornou-se a primeira diretora afrodescendente a dirigir um longa-metragem no Brasil, o Amor Maldito.

“A ousadia do filme forçou Adélia Sampaio e sua equipe a trabalharem em regime de cooperativa. As salas de cinema [outras] não aceitaram exibir o filme, que foi proposto ser divulgado como filme pornô”, informou a Caixa Cultural.

A programação da mostra está disponível no site da Caixa Cultural e na página da mostra no Facebook.. A entrada é gratuita, limitada à lotação do teatro.