Nova York (EUA) e Genebra (Suíça)
Entre as medidas propostas estão uma maior divulgação de imagens e gráficos de advertência sobre os riscos do tabaco e o estabelecimento de lugares públicos livres do fumo. Segundo o oficial técnico do Secretariado da Convenção Quadro da OMS sobre o Controle do Tabaco, Rodrigo Santos Feijó, hoje o número de pessoas informadas sobre os riscos do fumo representa 3,6 bilhões de pessoas a mais que em 2007.
O documento Epidemia Global de Tabaco 2017 alerta que, num esforço conjunto, os países podem ajudar a evitar milhões de mortes todos os anos por causa do fumo ou de doenças associadas ao seu uso. Diz ainda que, desde 2007, as políticas abrangentes de controle do tabaco quadruplicaram.
Brasil na liderança
Segundo Feijó, o relatório da OMS apresenta o Brasil, mais uma vez, como um líder mundial no controle do tabagismo. “O país aparece como um dos oito que conseguiram, dentro do grupo de nações de rendas baixa e média, implementar quatro ou mais dessas medidas [de controle] efetivas no seu mais alto grau. Então, o Brasil continua aparecendo como uma liderança e uma referência para outros países no cenário global, no que se refere ao controle do tabagismo.”
A Organização Mundial da Saúde afirma que a indústria do tabaco impede tentativas de governos de implementar medidas contra o produto. E que políticas efetivas de controle ajudam a economizar bilhões de dólares com gastos de saúde e a perda de produtividade de vítimas do tabaco.
Para o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, governos de todo o mundo devem incorporar as orientações da Convenção-Quadro sobre Controle de Tabaco da ONU nos seus planos nacionais.
Comércio ilegal
Ghebreyesus acredita que o comércio ilegal de tabaco está agravando o tabagismo. Segundo a OMS, a cobertura atual de 63% da população envolve pelo menos uma medida de controle do tabaco, daquelas previstas na Convenção da agência sobre o tema.
A OMS lembra que, desde 2008, existe um conjunto de diretrizes chamado de Medidas Mpower para promover ações de governos em seis estratégias de controle. Entre elas, o aumento nos impostos sobre o produto e a proibição de anúncios e propagandas assim como patrocínio de eventos por empresas de tabaco.
As demais medidas são o monitoramento de medidas de uso e prevenção, proteção das pessoas do fumo passivo, ajuda para quem quer deixar de fumar e mensagens de advertência sobre os perigos do tabaco que ainda causa grande número de mortes no mundo. O ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg, embaixador global da OMS para doenças crônicas, disse que esse quadro pode mudar com o auxílio de medidas eficientes de prevenção e alerta.