Mais de 600 pessoas são atendidas pela iniciativa do programa do Governo Estadual
Facilitar o acesso aos medicamentos de alto custo para os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) acamados, cadeirantes ou que possuem alguma dificuldades de locomoção. Esse é o intuito do Programa Farmácia Cidadã, criado em 2013 pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) e ligado ao Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (Ceaf).
Todos os meses são atendidos 610 pacientes que residem na capital alagoana. Para isso, o programa conta com uma assistente social, um farmacêutico e um motoboy, que realiza a entrega dos medicamentos nos 50 bairros de Maceió. Entre os pacientes assistidos pelo Farmácia Cidadã, está a aposentada Quitéria dos Santos, moradora do bairro Barro Duro. Ela recebe dois medicamentos para controlar crises de asma e da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC).
“Desde 2009 pego as minhas medicações no Ceaf, mas em 2013 comecei a receber em casa, porque com o passar do tempo fui ficando fraca e cada vez mais cansada. Isso dificultava bastante para me deslocar da minha residência até o Ceaf”, contou a aposentada, que mesmo tendo recomendações médicas para repousar, não deixa de fazer as atividades domésticas.
“Além das medicações e da nebulização que tomo todos os dias, a casa precisa estar limpa, sem objetos que acumulem muita poeira, e preciso ficar em repouso para evitar as crises respiratórias. No entanto, não consigo ficar parada e estou sempre varrendo e passando pano na casa”, explicou a senhora de 59 anos, mostrando todas as anotações feitas nas caixas dos medicamentos destinados ao tratamento da asma, arritmia cardíaca e hipertensão.
Acesso – Para ter acesso ao programa, os interessados devem ir até ao Componente Especializado da Assistência Farmacêutica. Na unidade, será realizada uma triagem pela equipe multiprofissional do programa, para analisar a dificuldade do paciente em ter acesso ao prédio do Ceaf.
“O paciente ou um familiar deve comparecer no Ceaf com os exames e as indicações médicas para dar entrada na solicitação. Iremos avaliar a dificuldade de locomoção dos usuários ou verificar se há algum problema, como a esquizofrenia e se ele não pode ficar sozinho em casa”, explicou Bianca Paes, assistente social da Farmácia Cidadã.
Esse é o caso de Pollyanna Leite, 39 anos, servidora pública, que mora no bairro Serraria. Ela é mãe da Maria Clara Leite, 9 anos, que tem hidrocefalia e recebe medicamentos da Farmácia Cidadã para controlar as crises epiléticas da menina.
“Nós entramos no programa em 2016, o que acabou facilitando a nossa vida, já que trabalho e, devido à correria do cotidiano, não tenho como de deslocar até o Ceaf. Antes eu tinha que ir todos os meses buscar essa medicação e ainda levava a Clara para fazer sessões com fisioterapeuta, terapeuta ocupacional e fonoaudiólogo”, relata a mãe.
Visitas Domiciliares – Os medicamentos são entregues todos os meses até o dia 20, onde também são feitas visitas domiciliares para fazer a renovação a cada três meses, com a solicitação de exames e se estão realizando as consultas periódicas com os médicos.
“Quando vamos até a residência de algum paciente, perguntamos se estão tomando as medicações de maneira correta, na dosagem certa e no horário determinado pelo médico. Também procuramos saber se eles precisam de alguma orientação ou se estão com alguma dificuldade”, explicou Sibelly Lima, assessora técnica da Assistência Farmacêutica da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).
Ao todo, o Ceaf possui um total de 142 medicamentos para o tratamento de doenças crônicas e autoimunes. As principais patologias atendidas são a asma, doença pulmonar crônica obstrutiva, Parkinson, esquizofrenia, pacientes transplantados, epilepsia e lúpus.