Caracas
Da Agência EFE
O Parlamento da Venezuela, de maioria opositora, comemorou hoje (31) o que considerou como uma “derrota” do governo de Nicolás Maduro nas eleições da Assembleia Nacional Constituinte realizadas neste domingo. Segundo o Legislativo, os resultados da eleição foram “inventados”. A informação é da agência EFE.
“A realidade política é que ontem o povo venezuelano derrotou o governo de maneira contundente”, disse o presidente da Assembleia Nacional Venezuelana, o opositor Julio Borges, que indicou que esta derrota deve dar “mais força e determinação” aos venezuelanos para “continuar na luta”.
Borges deu estas declarações a jornalistas na sede do palácio legislativo, ao qual chegaram desde muito cedo os deputados opositores para resguardar o recinto, perante a possibilidade que fosse tomado pelo oficialismo para instalar a Assembleia Constituinte eleita ontem, com o apoio único do chavismo. Logo após a chegada dos parlamentares opositores, um grupo de coletivos ligados ao governo rodeou o Parlamento e impediu a entrada de fotógrafos e de outros jornalistas.
Borges disse que “este passo final” do governo de ter avançado com a Constituinte para mudar a Carta Magna apesar da rejeição da oposição e do chavismo crítico, mostra que se trata de “um governo tão desesperado, tão débil que tem que inventar oito milhões de votos que não existem”.
Por sua parte, o deputado Henry Ramos Allup disse esperar que “não pretendam dissolver um poder eleito legitimamente” como é a Assembleia Nacional. No entanto, poucos minutos após o Poder Eleitoral anunciar os resultados das eleições para a Constituinte, o presidente Nicolás Maduro assegurou que o Parlamento devia ser “revisado” e a imunidade de alguns parlamentares suspensa.
“Nós vamos continuar cumprindo com os nossos deveres aqui e em qualquer lugar. Se tomarem de assalto, pelas armas como costumam fazer, o palácio legislativo, nós temos que fazer sessões em outro lugar”, comentou o deputado Ramos Allup.
A Constituinte foi eleita ontem em meio a grandes protestos, reprimidos pelas forças de segurança, deixando um saldo de pelo menos 10 mortos, segundo dados do Ministério Público.