/AGENDA 200 ANOS: Octávio Brandão foi tema do Chá de Memória da emancipação

AGENDA 200 ANOS: Octávio Brandão foi tema do Chá de Memória da emancipação

Neta do ilustre alagoano resgatou a vida é obra durante evento

por Maria Barreiros – Agência Alagoas

Esta semana marca a aproximação dos 200 anos de emancipação política de Alagoas e o Arquivo Público do Estado escolheu o ilustre alagoano Octávio Brandão para mais uma edição do Chá de Memória. Na terça-feira  (12), estudantes, professores e público em geral ouviram explanações e curiosidades sobre a vida e obra do polivalente Brandão pelo testemunho de sua neta Marisa Brandão.

De acordo com Marisa, seu avô foi muito mais do que um pesquisador e precursor nas causas ambientalistas.” Ele foi um humanitário, que sempre buscou um mundo melhor para os seus e todos. Queria que o mundo fosse igualitário, sem nunca dissociar a teoria da prática”, afirmou.

Geraldo Magela, curador do projeto, e um dos palestrantes, completou, ao afirmar que Brandão esteve associado a grandes lutas do comunismo e da política brasileira.

O Chá de Memória é um marco de uma nova conduta de aproximação adotada pelo Governo de Alagoas, por meio do Arquivo Público, possibilitando uma relação mais direta com a comunidade alagoana”, disse Wilma Nóbrega, superintendente do Arquivo Público.

Quem foi Octávio Brandão 

Octavio Brandão é um desses alagoanos que marcaram sua época. Foi o primeiro pesquisador a realizar um mapeamento sobre a mineralogia e a geologia do complexo estuário lagunar Mundaú/Manguaba.

O pesquisador, em 1917, um jovem com 21 anos de idade, embrenhou-se pelos canais das lagoas Mundaú e Manguaba e após percorrer centenas de quilômetros a pé, de canoa e em lombo de cavalo – mantendo contato com as populações, inclusive com os indígenas -, escreveu três ensaios científicos e apresentou-os ao público em três conferências sobre a mineralogia e a geologia dos Canais e Lagoas (textos publicados em 1918).

O livro Canais e Lagoas, sua principal obra, foi escrito em Maceió em 1918 e publicado no Rio de Janeiro em 1919. Esta obra é um roteiro geográfico dos canais e lagoas e suas povoações, além de ser o mais significativo e detalhado registro da Mata Atlântica entre os municípios que compõem a região lacustre alagoana.

As pesquisas desenvolvidas por Octávio Brandão serviram como referência para outros estudiosos de botânica, antropologia, sociologia, história e ecologia que vieram nas décadas seguintes.