Redação A Hora News
A participação do presidente Jair Bolsonaro na manifestação pró-governo que aconteceu neste domingo (15) o fez ser criticado por dois juristas autores do pedido de impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff.
O jurista Miguel Reale Júnior defendeu que o Ministério Público peça que o presidente seja submetido a uma junta médica para saber se ele tem sanidade mental para o exercício do cargo.
“Seria o caso de submetê-lo a uma junta médica para saber onde o está o juízo dele. O Ministério Publico pode requerer um exame de sanidade mental para o exercício da profissão. Bolsonaro também está sujeito a medidas administrativas e eventualmente criminais. Assumir o risco de expor pessoas a contágio é crime”, afirmou o jurista ao jornal Estado de São Paulo.
Bolsonaro foi submetido ao teste de coronavírus depois que membros de sua comitiva deram positivo ao teste de COVID-19. Ainda que não apresente sintomas, o presidente deveria se resguardar para não contagiar outras pessoas.
É nesse sentido que a deputada estadual Janaina Paschoal também falou contra o presidente. Ela, que foi cotada para ser vice-presidente na chapa com Bolsonaro, disse na tribunal da Assembleia Legislativa de São Paulo que se arrepende de ter apoiado o presidente.
Em sua visão, ao desrespeitar a ordem do Ministro da Saúde de não ter manifestações, Bolsonaro cometeu crimes e pode até mesmo ser acusado de homicídio doloso.
“Esse senhor tem que sair da Presidência da República. Deixa o Mourão, que entende de defesa. Nosso país está entrando numa guerra contra um inimigo invisível. Deixa o Mourão que é treinado para a defesa conduzir a nação. Não tem mais justificativa. Como um homem que está possivelmente infectado vai para o meio da multidão? Como um homem que faz uma live na quinta e diz pra não ter protestos vai participar desses mesmos protestos e mandam as deputadas que são paus mandados dele chamar o povo para a rua. Eu me arrependi do meu voto. Que país é esse?”, disse ela.
“Como esse homem vai lá, potencialmente contaminando as pessoas, pegando nas mãos e beijando? Ele está brincando? Ele acha que ele pode tudo? As autoridades têm que se unir e pedir para ele se afastar. Nós não temos tempo para um processo de impeachment. Estamos sendo invadidos por um inimigo invisível e precisamos de pessoas capazes e competentes para conduzir a nação. Quero crer que o Mourão possa fazer esse trabalho por nós”, continuou Janaína.