/Paquistão: Justiça ordena que cristã de 14 anos volte para o muçulmano que a sequestrou

Paquistão: Justiça ordena que cristã de 14 anos volte para o muçulmano que a sequestrou

Redação A Hora News

Legenda: Menina cristã foi sequestrada e obrigada a se casar com homem muçulmano. | Foto: Meramente ilustrativa Kat Jayne no Pexels

Uma garota cristã de 14 anos chorou depois que um juiz ordenou que ela voltasse para o homem muçulmano que a sequestrou sob a mira de uma arma durante o confinamento da covid-19.

A adolescente católica Maira Shahbaz foi sequestrada em abril deste ano, foi obrigada a se casar com seu sequestrador a obrigada a se converter ao islã.

De acordo com a organização católica Ajuda à Igreja que Sofre, o caso foi parar na Justiça, mas o Tribunal Superior de Lahore decidiu que ela tem que ficar com o seu “marido”.

“Com esta decisão, nenhuma menina cristã no Paquistão está segura”, disse uma amiga da família e defensora da liberdade religiosa, Lala Robin Daniel, citada como tendo dito.

“A ordem não tem precedentes e provavelmente significará que Maria nunca mais voltará para sua família”, disse à ICC Shazia George, uma ativista dos direitos humanos do Paquistão.

“A decisão de fazer uma noiva criança ficar com seu raptor irá adicionar mais sofrimento ao caso. Os tribunais devem garantir que as vítimas de conversão forçada e casamento infantil possam ter suas declarações registradas sem qualquer coação ou ameaça para que os autores sejam levados à justiça”, completou.

A menina cristã foi sequestrada sob a mira de uma arma por Mohamad Nakash e dois cúmplices enquanto caminhava para casa na área da cidade de Madina, no distrito de Faisalabad.

De acordo com testemunhas, os sequestradores forçaram Shahbaz a entrar em um carro e dispararam para o ar enquanto fugiam do local, informou o ICC anteriormente.

Nakash, um homem casado, foi recentemente acusado de apresentar ao tribunal de primeira instância uma certidão de casamento falsa que dizia que Maira tinha 19 anos e eles se casaram em outubro de 2019.

O documento não só falhou em fornecer prova de consentimento da primeira esposa de Nakash, com quem ele tem dois filhos, além disso, o clérigo muçulmano que teria assinado o casamento negou envolvimento no caso.