Redação A Hora News
Legenda: Mais de 70 mil comércios que atuavam apenas no mundo físico entraram para o mundo digital neste ano | Foto: Pexels
Enquanto empresas de diversos setores lutavam para não fecharem as portas em meio à pandemia, comércios eletrônicos se destacaram pelo seu alto crescimento. Para isso, inúmeros empreendedores que tinham apenas pontos físicos tiveram que se adaptar, enquanto outros viram uma oportunidade de gerar renda.
No começo, os comerciantes relataram receio em razão dos impactos negativos da crise, como a queda inicial nas vendas e a incerteza social diante do novo coronavírus. Contudo, poucos dias após o início da quarentena, novos clientes surgiram, o consumo retomou o seu ritmo e cada vez mais empresários migraram para o mundo on-line.
Segundo matéria publicada no jornal Hoje em Dia, Pedro Henrique Freitas, CEO da plataforma Lojas Integradas, diz que os lojistas sempre souberam que precisavam se “digitalizar”, mas não tinham tempo para isso. Com a falta de opção, os esforços puderam se voltar ao comércio on-line e novas estratégias de vendas passaram a surgir.
Dados de uma pesquisa realizada pela Visa Consulting & Analytics confirmam a opinião de Pedro. De acordo com o levantamento, mais de 70 mil comércios que atuavam apenas no mundo físico entraram para o mundo digital neste ano. Além disso, esses comerciantes conseguiram aumentar o seu ticket médio por transação em 17%, um ganho considerável.
Ademais, uma publicação da Istoé Dinheiro mostra que o e-commerce em São Paulo seguiu essa tendência e avançou o equivalente a 6 anos durante a pandemia. Conforme o estudo, que foi realizado pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo, o crescimento das lojas digitais entre janeiro e junho deste ano foi de 0,8 ponto percentual, a mesma taxa de crescimento alcançada entre 2013 e 2019.
Com os avanços, muitos empreendedores novos entraram no comércio on-line e o lucro de grandes empresas aumentou durante a pandemia. Ainda de acordo com a publicação da revista eletrônica, seis mil novos vendedores ingressaram no marketplace do Magazine Luiza no segundo trimestre, o equivalente a 27% do e-commerce. No Mercado Livre, outro grande marketplace, aproximadamente 2,6 milhões de consumidores acessaram a plataforma pela primeira vez.
Seguindo a mesma linha, a 6ª edição do “Perfil do E-commerce Brasileiro”, uma pesquisa realizada anualmente pela plataforma de pagamentos digitais PayPal em parceria com a Big Data Corp, mostra que o comércio eletrônico cresceu 40,70% entre 2019 e 2020. Apesar disso, a maioria dos comércios digitais continua sendo apenas virtual, uma vez que somente 8% têm loja física.
Consoante a 5ª edição de 2020 do relatório Neotrust/Compre&Confie, as categorias com os maiores números de vendas foram as seguintes:
- Moda e acessórios;
- Beleza, perfumaria e saúde;
- Entretenimento;
- Artigos para casa
- Móveis, decoração e construção;
- Suplementos, esporte e lazer;
- Telefonia;
- Eletrodomésticos e ventilação;
- Informática e câmeras;
- Sexshop
Ainda segundo o relatório, as mulheres foram as responsáveis por 56,9% do volume total de compras. A média de idade é de 37 anos, sendo 33,9% entre 36 e 50 anos e 33,4% entre 26 e 35 anos. O maior público se encontra no Sudeste, com 66,7% de toda a receita gerada.
As boas perspectivas para o setor continuam em alta, o conhecimento de marketing digital se torna fundamental e as inovações devem continuar. Há quem venda seus produtos via marketplaces, como o Mercado Livre e a Magazine Luiza, mas também empreendedores com sites próprios e inúmeras outras estratégias que transcendem o mundo digital.