/Após casar duas mulheres, pastora da Batista do Pinheiro recebe ameaça de morte no Instagram

Após casar duas mulheres, pastora da Batista do Pinheiro recebe ameaça de morte no Instagram

Redação Leiliane Lopes

Legenda: A IBP tem forte ligação com a comunidade LGBTQ+, tanto que foi desligada da Convenção Batista Brasileira em 2016 | Foto: Reprodução

Na manhã desta quarta-feira (15), a pastora Odja Barros, da Igreja Batista do Pinheiro (IBP), em Maceió (AL), denunciou a ameaça de morte que recebeu pelas redes sociais após postar a celebração de um casamento entre duas mulheres que ela realizou.

Circulou pelas redes sociais o áudio onde o pastor Wellington, esposo de Odja, revela que eles estavam denunciando a ameaça sofrida. Agora, o áudio da ameaça foi divulgado, incluindo a foto em que o homem enviou segurando uma arma.

“Tá vendo esse revólver aqui? Eu vou colocar cinco bala [sic] na sua cabeça, viu, sua sapatão?! Nunca que você é uma teóloga. Nunca, mano! Tá tirando, mano. Tu tá usando a Bíblia, mano, que nunca leu um livro pra casar duas mulé [sic], sendo que Deus condena isso lá em Levítico. Você tá tirando, mano, teóloga? Quantos livro [sic] você leu, cara? Você vai pagar, minha irmã, porque eu já tenho aqui os seus familiares”.

O autor do ataque é de Maceió, cristão, tem 16,9 mil seguidores e na descrição do seu perfil está escrito: “DEUS tu és o rei, o supremo Governador de tudo!”.

Com posse nessas informações, o autor da ameaça será identificado, autuado e responderá pelo processo. “Nós vamos levar isso a cabo, porque desta vez não foi apenas uma palavra dura, mas ameaça de morte (…) É preciso que a gente denuncie essa hipocrisia”, disse o pastor Wellington no áudio, dizendo aos fiéis que não se sintam envergonhados por fazerem parte de uma igreja pró-LGBTQ+.

“Estamos sendo ameaçados por defender o direito de todos e todas de amar e servir a Jesus”, declarou ele. “Nós não vamos recuar, vamos continuar lutando contra a intolerância e contra o ódio, porque acreditamos que o amor de Jesus Cristo preto, pobre periférico de Nazaré é maior que qualquer intolerância e que qualquer mensagem de ódio”.

Crimes denunciados

Ao Universa, a pastora declarou que fez o boletim de ocorrência denunciando os crimes de ódio religioso, homofobia e atentado.

Igreja Batista de Pinheiro é cercada por polêmicas

Em 2016, a Convenção Batista Brasileira excluiu a Igreja Batista do Pinheiro do rol de igrejas afiliadas. Isso porque a assembleia geral da igreja definiu aceitar o batismo de homossexuais.

Mas esta não foi a única polêmica, Odja lidera o grupo de estudos bíblicos “Flor de Manacá”, que aborda temas usando a hermenêutica feminista de gênero. Por falar nisso, a pastora se apresenta como “teóloga feminista” em suas redes sociais que, diante do ocorrido, está como privada, liberando o conteúdo apenas para os mais de 5 mil perfis que a segue no Instagram.

No áudio do pastor Wellington, ele usa por duas vezes a palavra ‘todes’, a famigerada linguagem neutra que visa atender pessoas não-binárias. Isso mostra o quanto a IBP está envolvida com a causa LGBTQ+.