Redação A Hora News
Legenda: Vereador do PT liderou a manifestação | Foto: Reprodução
No último sábado (5), um grupo de manifestantes ligados à partidos da esquerda interromperam uma missa na Igreja Nossa Senhora do Rosário, em Curitiba (PR), aos gritos de ‘racistas’ e ‘fascistas’.
Os vídeos do caso começaram a ser compartilhados nas redes sociais nesta segunda (7), causando grande indignação aos cristãos de todo o país.
O vereador Renato Freitas, do PT, era quem liderava o grupo e chegou a discursar dentro da igreja, enquanto dezenas de fiéis aguardavam o início da celebração católica.
Freitas chegou a dizer que os católicos tinham apoiado um “policial que está no poder” e que assassinatos como o do congolês morto no Rio de Janeiro, Moïse Mugenyi, e Durval Teófilo Filho teriam relação com a conivência das pessoas com fé católica a autoridades “fascistas”.
Arquidiocese chama ato de agressivo
A Arquidiocese de Curitiba divulgou uma nota oficial sobre o incidente. Assinada pelo arcebispo dom José Antônio Peruzzo, o texto considera a ação dos manifestantes como “agressividades e ofensas”.
Nota da Arquidiocese de Curitiba sobre a manifestação ocorrida dentro da Igreja do Rosário
No dia 05 de fevereiro, em torno das 17.00hs, um grupo apresentou-se junto à porta da Igreja do Rosário, para protestar contra a violência havida no estado do Rio de Janeiro, cujo desdobramento final foi a morte de um cidadão congolês e, em outro caso, a morte de um brasileiro afrodescendente. Era no mesmo horário da celebração da Missa. Solicitados a não tumultuar o momento litúrgico, lideranças do grupo instaram a comportamentos invasivos, desrespeitosos e grotescos.
É verdade que a questão racial no Brasil ainda requer muita reflexão e análises honestas, que promovam políticas públicas com vistas a contemplar a igualdade dos direitos de todos. Mas não é menos verdadeiro que a justiça e a paz nunca serão alcançados com destemperos ou impulsividades desequilibradas.
Desde a sua primeira inauguração, em 1737, a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos sempre foi um lugar de veneração e de celebração da fé. Foram os escravos a edificá-la. Hoje, muitos afrodescendentes, a visitam. E o fazem em grupos ou individualmente. Sempre primaram pelo profundo respeito, até mesmo quando não católicos.
A posição da Arquidiocese de Curitiba é de repúdio ante a profanação injuriosa. Também a Lei e a livre cidadania foram agredidas. Por outro lado, não se quer “politizar”, “partidarizar” ou exacerbar as reações. Os confrontos não são pacificadores. O que se quer agora é salvaguardar a dignidade da maravilhosa, e também dolorosa, história daquele Templo.
Curitiba, 07 de fevereiro de 2022.
Dom José Antonio Peruzzo – Arcebispo