Marisqueiras e pescadores participaram de ginástica laboral e receberam orientações para reduzir ou evitar danos à saúde devido ao trabalho repetitivo
por Marília Ferreira/Ascom SMS
Atividades beneficiariam marisqueiras e pescadores do Centro Pesqueiro – Foto: Bruno Wesley/Ascom SMS
Profissionais do Centro Regional de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), realizaram nesta quinta-feira (25), atividades com foco na saúde e bem-estar de pescadores e marisqueiras do Centro Pesqueiro de Jaraguá. Idealizado pelo terapeuta ocupacional do Cerest, Alinthon Nunes, o projeto tem o objetivo de prevenir adoecimentos físicos em decorrência do trabalho repetitivo.
Para poder promover as atividades no Centro Pesqueiro, os profissionais do Cerest realizaram, anteriormente, um matriciamento de trabalhadores do local e observaram que 20 deles estavam com, pelo menos, um tipo de dor. Com isso, houve a necessidade de desenvolver ações que pudessem beneficiá-los e evitar possíveis danos e agravos à saúde.
O matriciamento consiste numa metodologia na qual duas ou mais equipes, num processo de construção compartilhada, criam uma proposta de intervenção pedagógico-terapêutica.
“Nós, que fazemos parte do Cerest, viemos com o intuito de trazer mais saúde para as marisqueiras e pescadores do Centro Pesqueiro. Eles realizam um trabalho repetitivo e acabam adquirindo algum tipo de adoecimento no corpo, a exemplo da tendinite. Por isso realizamos uma ginástica laboral com eles para que se sintam melhores e comecem a ter o hábito de se exercitar, quando tiverem um tempinho no trabalho, para evitar um adoecimento futuramente”, explicou a coordenadora do Cerest, Sthefane Melo.
O terapeuta ocupacional, Alinthon Nunes, explicou que o trabalho repetitivo exercido por marisqueiras e pescadores possibilita diversos problemas de saúde.
“Em virtude das próprias exigências do trabalho que exercem, os pescadores e marisqueiras passam cotidianamente por riscos ergonômicos, como repetições de movimentos, posições estáticas por um longo período de tempo, o que pode ocasionar diversas consequências na saúde desses trabalhadores”, comentou o idealizador do projeto.
Terapeuta ocupacional, Alinthon Nunes. Foto: Bruno Wesley/Ascom SMS
Terapeuta ocupacional, Alinthon Nunes. Foto: Bruno Wesley/Ascom SMS
Além da ginástica laboral preventiva, as marisqueiras apresentaram para os profissionais do Cerest a forma como realizam o trabalho. Após a demonstração, os profissionais fizeram as orientações necessárias para que as dores sejam reduzidas ou evitadas.
A marisqueira Cícera Cristina, 43 anos, aprovou a iniciativa do Cerest. “Achei ótima essa ação. Nunca tínhamos visto algo parecido assim. Pela primeira vez, estamos recebendo uma equipe de saúde aqui com o intuito de nos dar a oportunidade de cuidarmos da nossa saúde para que as dores que sentimos sejam reduzidas. E, agora, nós pudemos conhecer quais os exercícios físicos que devemos fazer para melhorar a nossa saúde”, relatou.
Ao identificar os agravos em saúde por consequência do trabalho feito pelo segmento, o Cerest realizará o encaminhamento de marisqueiras e pescadores em processo de adoecimento para as Unidades de Saúde da capital, onde terão acesso a uma equipe multidisciplinar.