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HGE salva vida de irmãos que sofreram graves queimaduras após explosão por pólvora

Adolescentes se recuperam com os cuidados multidisciplinares oferecidos pelo Centro de Tratamento de Queimados

por Thallysson Alves / Ascom HGE

Com membros inferiores queimados, garoto passa por sessões de fisioterapia – Foto: Thallysson Alves / Ascom HGE

A assistência emergencial prestada por uma equipe multidisciplinar do Centro de Tratamento de Queimados do Hospital Geral do Estado, no Trapiche, conseguiu salvar a vida de dois irmãos, de 13 e 14 anos, que sofreram graves queimaduras após explosão por pólvora, em Ibateguara. Eles receberam os primeiros atendimentos ainda no local do acidente e foram transferidos para o Hospital Regional da Mata, em União dos Palmares, e, em seguida, regulados para o HGE, onde estão sendo atendidos por médicos especialistas.

O adolescente de 14 anos sofreu queimaduras de segundo e terceiro graus em 28,5% do corpo, atingindo a face, pescoço, braços, pé esquerdo e nariz, enquanto o de 13 anos teve 52% do corpo ferido por queimaduras de segundo e terceiro graus, na face, pernas e braços.

“Eles estão recebendo os cuidados de vários médicos especialistas, como cirurgião plástico, cirurgião geral e clínico geral, E tendo a atenção da Enfermagem, Nutrição, Fisioterapia, Psicologia, Serviço Social e Fonoaudiologia. O nosso objetivo é que todos os nossos pacientes restabeleçam a sua saúde e possam voltar para casa com o mínimo de sequelas possíveis, porém, é preciso que saibam que o caminho não é rápido e exige paciência”, disse a médica Edgleide Soares Castro, que ressaltou que o tratamento de queimadura é longo, doloroso, complexo e o risco de sequelas é grande.

A mãe das crianças conta que não tinha ideia do que acontecia. Ela lembra que estava em casa quando ouviu a explosão e partiu desesperada até os meninos. Ela chamou rapidamente uma ambulância, que os levou inicialmente até uma unidade de saúde do município.

“Eu já perguntei quem deu a pólvora, mas eles não falam até hoje. Só dizem que foi um homem que disse para eles terem cuidado. Queriam fazer uma bomba, como as que soltam no São João. Eu não sabia dessa ideia. Agora, eles sentem na pele a consequência de brincar com fogo, pois estão há um mês internados, sem poder voltar para casa, para a escola, para a diversão deles”, disse Elsa, que é viúva e trabalha na roça.

A mãe lembra que ainda que esteve no HGE quando estava grávida do menor de 13 anos, acompanhando o seu marido, que havia sido ferido por agressão por arma branca, onde foi bem assistido, e ressalta que seus filhos estão tendo acesso ao mesmo atendimento humanizado e eficiente da maior unidade hospitalar pública do Estado.

“Todos os profissionais sempre me comunicam o que estão fazendo, sobre a medicação que estão aplicando e me explicam quando tenho dúvidas. Por exemplo, o mais velho já fez o debridamento e eu já sei que o menor também irá fazer. Eu também tenho recebido suporte necessário para estar com eles. Agradeço a todos os envolvidos pelo que estão fazendo, sei que os meus filhos poderiam ter morrido se não encontrassem vocês”, disse Elsa.

Serviço

O CTQ é o único especializado no atendimento de média e alta complexidade a cidadãos feridos por queimadura em Alagoas. Ele dispõe de 16 leitos, sendo cinco pediátricos, quatro para mulheres, seis para homens e um de precaução por contato. E conta com a atuação de diversos profissionais.

“Temos satisfação pela qualidade da prestação de serviços cumpridos pelo CTQ. É um dos setores que nos representa pela busca de ir além de ‘salvar a vida’. O que nós queremos é devolver o bem-estar e diminuir o máximo possível a presença de sequelas. Por isso, agendamos retornos e orientamos que os cuidados continuem em casa e com apoio de outras instituições. Entretanto, é importante destacar que o melhor é sempre evitar a queimadura, com hábitos preventivos que protegem o indivíduo, a família e toda a comunidade”, recomendou o diretor do HGE, Fernando Fortes.