por Comunicação/ALE — publicado 28/03/2023 16h08, última modificação 28/03/2023 16h08
O deputado Alexandre Ayres (MDB) usou a tribuna do Parlamento nesta terça-feira, 28, para chamar a atenção dos pares e da sociedade sobre a criação de políticas públicas de obrigação do Estado e municípios para com as crianças portadoras de Transtorno do Espectro Autista (TEA). De acordo com ele, dados divulgados por uma universidade americana apontam que a cada 36 crianças nascidas, uma possui TEA. “Aqui em Alagoas temos 33 mil crianças com algum tipo de transtorno, e o que tem sido feito em favor dessa população?”, cobrou Ayres, destacando que 90% da população alagoana depende unicamente do Sistema Único de Saúde (SUS). “E o que está acontecendo com 90% dessas 33 mil crianças que têm algum tipo de síndrome e não têm acesso a um diagnóstico, quanto mais um tratamento?”, continuou a indagar o parlamentar.
Ayres prosseguiu observando que tal responsabilidade não deve ser atribuída apenas ao Governo do Estado, mas necessário se faz chamar a atenção de toda a sociedade e das prefeituras, sobretudo a de Maceió. “A capital possui cerca de 30% da população alagoana e não vemos nenhum tipo de acesso, a não ser nas entidades filantrópicas e de utilidade pública”, destacou o deputado, citando a Funbrasil e a Apae como exemplos de entidades que prestam assistência às pessoas com TEA ou outro tipo de deficiência. “Nós precisamos identificar, dentro das crianças beneficiadas pelo programa Cria (Criança Alagoana), quais delas possuem algum tipo de transtorno. Qual a porta de atendimento pública que temos hoje na capital e demais municipais alagoanos?”, prosseguiu Ayres.
Em aparte, o deputado Léo Loureiro (MDB) parabenizou o colega de plenário pelo discurso e pela preocupação com a melhoria da qualidade de vida das pessoas com TEA. “E iria um pouco mais além: precisamos discutir toda cadeia e todo o ciclo quando falamos da pessoa com deficiência. Inclusive sobre os profissionais”, observou Loureiro, informando que protocolou indicação ao governador Paulo Dantas para que inclua no programa Mais Médicos a equipe multidisciplinar que cuida das pessoas com deficiência. “Hoje não temos os profissionais à disposição. Alguns municípios e o próprio Estado querem abrir mais núcleos, mas não dispomos de profissionais que se identifiquem para trabalhar com o SUS”, completou Léo Loureiro.