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Seris impulsiona transformação no cárcere com o incentivo à leitura

Diversos projetos são desenvolvidos para estimular o hábito; bibliotecas das unidades contam com vasto acervo de livros

por Maysa Cavalcante – Agência Alagoas

(Ressocialização utiliza livros como ferramenta de promoção da reintegração social dos custodiados – Fotos: Jorge Santos)

O livro exerce um papel fundamental na formação social do indivíduo, possibilitando o acesso à cultura e ao conhecimento. A Secretaria de Estado da Ressocialização e Inclusão Social (Seris) tem usado a leitura como uma importante ferramenta para promover a reintegração social nas unidades prisionais de Alagoas. Diversos projetos são desenvolvidos para estimular o hábito, como o Lêberdade e Maleta de Leitura, além da instalação de bibliotecas nos presídios.

Mundialmente, o Dia do Livro é comemorado em 23 de abril. No sistema prisional, várias unidades já contam com um acervo expressivo de livros, como é o caso do Núcleo Ressocializador da Capital, cuja biblioteca tem mais de 5 mil obras, de diversos autores e temáticas variadas.

No Presídio Cyridião Durval e Silva, a biblioteca conta com mais de mil livros. O espaço foi reformado pelos próprios reeducandos e as obras doadas pela sociedade civil. O Presídio do Agreste, em Girau do Ponciano, também possui biblioteca.

A supervisora de Educação da Seris, agente penitenciária, Genizete Tavares, fala sobre o interesse da sociedade em contribuir com as boas práticas no cárcere. “A sociedade tem atendido ao nosso chamamento para doar livros e enriquecer nossas bibliotecas e salas de aula. Esse projeto atende às pessoas privadas de liberdade com oportunidades para adquirir o conhecimento de modo horizontal, sem distinção. Compartilhamos do sentimento de que doando livros estamos doando liberdade”, disse.

No sistema prisional também é possível encontrar uma unidade da Indústria do Conhecimento, construída em parceria com o Serviço Social da Indústria (Sesi) e que possui dois espaços: um para o laboratório de informática e outro para a biblioteca que possui mais de 3.400 títulos.

O Sesi renova o acervo periodicamente, a cada seis meses. A Indústria do Conhecimento atende não só reeducandos, mas, também, servidores e a comunidade do entorno do complexo penitenciário.

Com o projeto Lêberdade, as internas do Presídio Feminino Santa Luzia desenvolvem o hábito da leitura, interpretação textual e escrita. As custodiadas devem ler um livro por mês e apresentar um relatório da obra lida (no caso daquelas que tenham o ensino fundamental) ou uma resenha crítica (para aquelas que tenham ensino médio ou superior).

Com a aprovação do conteúdo, quatro dias da pena serão remidos, sendo possível remir até 48 dias por ano. Em 2017, a iniciativa beneficiou 214 custodiadas. Com o sucesso, em 2018 o projeto deve ser expandido para unidades masculinas.

Já o Maleta de Leitura é um projeto didático-pedagógico iniciado no 2º semestre de 2017 e desenvolvido nas salas de aula do Santa Luzia. A cada semana, uma aluna fica responsável por levar para a cela a Maleta de Leitura, que contém uma obra. Assim, com a narrativa do livro para as colegas de cela, a reeducanda torna-se uma multiplicadora do conhecimento. Na semana seguinte, a interna narra a obra, para que outras alunas se interessem pelo livro, formando uma rede de conhecimento literário.