/Moradores de Bebedouro se confraternizam no último Baile da Saudade na praça

Moradores de Bebedouro se confraternizam no último Baile da Saudade na praça

por Assessoria

Último Baile da Saudade de Bebedouro fez reencontro de bebedourenses – Foto: Divulgação

Num misto de emoção, tristeza e momentos de alegria, muitos bebedourenses se reencontraram na noite desta sexta-feira (6), durante o último Baile da Saudade, idealizado por uma comissão de moradores do bairro, como uma maneira de promover o reencontro numa despedida fraternal. O baile, que tradicionalmente acontecia nos salões do Colégio Bom Conselho, hoje também interditado, foi realizado na Praça Lucena Maranhão.

Segundo o bebedourense Jorge VI, o baile ao ar livre na praça, além promover o encontro entre os moradores que ainda residem, com os que saem e os conterrâneos que viveram no bairro ou moram fora, “serviu também de mais um grito de clamor contra a mineradora Braskem, que destruiu não só a parte física e a memória do bairro, mas a dignidade, a paz e a saúde de milhares de pessoas”, declarou Sexto.

Tonho do Caiçara e esposa

A realidade é que todos os dias, mesmo contra a vontade, muita gente é obrigada sair do Bebedouro para diversos destinos, como seu Tonho do Caiçara e esposa, que externaram indignação e falta de humanidade o que estão fazendo com os moradores. “Nosso sentimento é de tristeza e abandono. Só temos a certeza que saímos, mas com a incerteza de como vai ficar tudo isso!”, exclamou Tonho.

Já o professor Gilson Calheiros, relembrou os velhos tempos em que viveu no bairro: “Bebedouro foi minha vida. Hoje volto aqui emocionado revendo os amigos que aqui deixei, a igreja que eu frequentava com a comunidade jovem, o colégio Santo Antônio que estudei, o colégio que trabalhei por muitos anos. Então, foi muito importante essa ideia do Jorge Sexto”, relatou o professor.

Professor Gilson Calheiros, emocionado com o encontro de amigos

Outro professor e empreendedor educacional, Falone, do Colégio Santa Amélia, também falou do que representou o evento. “O próprio nome do baile, saudade, já representa o sentimento de quem viveu ou está vivendo essa situação. Um sentimento de ver o Bebedouro esquecido, se esvaziando. Hoje tomei conhecimento de que uma pessoa do bairro, o Lula, está com problema psicológico devido a essa perda do seu lar e das histórias que a gente tem marcado aqui e em cada lar. Então, não tenho palavras para descrever a saudade que a gente encontra hoje aqui”, declarou o professor.

Professor Falone – muita saudade das pessoas e história do bairro

Ao final do baile, Jorge VI agradeceu aos que puderam comparecer e reafirmou: “Nenhum conterrâneo será deixado para trás!”, exclamou, ressaltando ainda que o entendimento da maioria consultada foi a base para se concretizar esse evento, que teve o intuito de reunir moradores e ex-moradores, conterrâneos, vizinhos, parentes e amigos em comuns, numa despedida histórica.

Jorge VI, emocionado, representando o SOS Bebedouro, se solidariza com os conterrâneos

Os organizadores informaram seguiram as normas do protocolo e precauções desse momento de pandemia, com distanciamento de meses, medidor de temperatura, uso máscaras e álcool em gel. O baile foi animado pela banda Social Dance e arrecadado mais de 200 kg de ração para cães e gatos, que serão destinados a animais abandonados.