por Comunicação/ALE — publicado 11/03/2025 18h26, última modificação 11/03/2025 18h26
O deputado Cabo Bebeto (PL) pediu a palavra no início da sessão ordinária desta terça-feira para iniciar uma discussão e se mostrar contrário aos projetos, em todo o Brasil, que legislam sobre o uso de câmeras corporais nos agentes da Polícia Militar durante o exercício de seu trabalho. “Vi uma matéria dizendo que a Polícia Militar de Alagoas estava realizando cursos para preparar policiais militares para trabalharem com o uso das câmeras corporais. E já falei para alguns de vocês aqui: eu sou totalmente contra”, afirmou o parlamentar, acreditando que a medida cercearia a ação dos agentes de segurança.
“O único funcionário público que usaria uma câmera para monitorar seu serviço é o policial militar. Que mensagem a gente passa? Por que só o policial? Sendo ele um agente público que recebe seu salário vindo dos cofres públicos, então nós, deputados, também deveríamos usar câmeras corporais, assim como médicos ou auditores fiscais”, ilustrou Cabo Bebeto.
O deputado questionou se a sociedade já estaria pronta para a aplicação dessa medida. “Será que, com isso, a gente não vai acabar com o bom senso do policial? Será que o cidadão vai se aproximar do policial com a câmera para fazer uma denúncia? A gente vai fazer com que o policial trabalhe com ainda mais receio”, justificou o deputado, acreditando que os PMs serão vítimas no futuro próximo e que isso provocaria um aumento nos índices de violência.
Em aparte, o deputado Francisco Tenório (PP), que tem um projeto na Casa Tavares Bastos para a aplicação de câmeras de monitoramento corporal nas ações da Polícia Militar, discordou frontalmente do pronunciamento do colega. “Essa história de que só o policial vai usar a câmera não tem relevância: não há problema nenhum em que todo servidor use câmeras. Mas o que choca é a defesa da predeterminação da prática de atos ilegais no exercício da atividade policial, sem que sejam filmados pelas câmeras”, iniciou Tenório.
“Serviços ilegais na rua, chutar presos detidos: é exatamente contra esses tipos de abuso que a proposta do uso de câmeras se coloca”, defendeu Francisco Tenório, afirmando que vetar as câmeras protege o mau policial, aquele que age fora da lei. O parlamentar concluiu dizendo que o policial correto não deveria ter medo de usar a câmera e que ela será mais uma ferramenta para provar que ele está certo.